ATA DA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 05-3-2003.

 


Aos cinco dias do mês de março de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Darci Campani, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Renato Guimarães e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Isaac Ainhorn, o Projeto de Resolução n° 013/03 (Processo n° 0867/03); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo n° 015/03 (Processo n° 0847/03); pelo Vereador Juarez Pinheiro, as Emendas n°s 01 e 02 ao Projeto de Lei do Legislativo n° 008/03 (Processo n° 0455/03). Também, foram apregoados os seguintes Ofícios, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre: de nº 110/03, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 008/03 (Processo nº 0926/03); de nº 111/03, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 013/03 (Processo nº 0941/03); de nº 112/03, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 012/03 (Processo nº 0940/03); de nº 113/03, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 011/03 (Processo nº 0938/03); de nº 114/03, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 010/03 (Processo nº 0936/03); de nº 115/03, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 009/03 (Processo nº 0934/03); de nº 118/03, informando que se ausentará do Município a partir das dezoito horas do dia dez até o dia doze de março do corrente, quando participará da "VI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios", a ser realizada em Brasília - DF. Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador João Bosco Vaz, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando o desarquivamento do Projeto de Resolução nº 106/02 (Processo nº 3207/02). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios s/n°, do Vereador Jorge Luis Vieira Gatiboni, Presidente da Câmara Municipal de Cerro Largo – RS; 001/03, do Vereador Alceu Osni Dutra, Presidente da Câmara Municipal de Esmeralda – RS; 001/03, do Vereador Ingo Ruben Hettwer, Presidente da Câmara Municipal de Paraíso do Sul – RS; 004/03, do Vereador João Alfredo Miorim, Presidente da Câmara Municipal de São Leopoldo – RS; 014/03, do Vereador Gilberto Rutz, Presidente da Câmara Municipal de Turuçu – RS; 050/03, do Vereador Cláudio Rosa, Presidente da Câmara Municipal de Santa Maria – RS. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou o retorno da Vereadora Margarete Moraes ao exercício da vereança, a partir do dia primeiro de março do corrente, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Também, a Vereadora Margarete Moraes procedeu à entrega de sua Declaração de Bens. Ainda, por solicitação dos Vereadores Raul Carrion e Cláudio Sebenelo, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Padre Mário Tarani e ao jornalista Sepé Tiaraju Matzembacher, falecidos, respectivamente, nos dias primeiro e dois de março do corrente. Após, nos termos do artigo 12, § 7°, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Vereadora Margarete Moraes, que externou sua satisfação em assumir seu mandato parlamentar na Câmara Municipal de Porto Alegre, relatando o trabalho desenvolvido por Sua Excelência durante o período em que exerceu o cargo de Secretária Municipal de Cultura e afirmando que concentrará seus esforços no sentido de sugerir a implementação de medidas públicas que viabilizem o fortalecimento dos programas culturais e a preservação do patrimônio público da Cidade. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo n°s 139, 226 e 244/02, os Projetos de Lei do Executivo n°s 081, 082, 083, 084, 085, 086 e 079/02, este discutido pelos Vereadores Renato Guimarães e Raul Carrion; em 2ª Sessão, os Projetos de Resolução n°s 005, 114, 116, 117 e 118/02, 003 e 007/03, os Projetos de Lei do Legislativo n°s 232, 233, 236 e 237/02 e 001, 002, 003 e 005/03, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 021/02; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo n°s 133/01, 041, 227 e 245/02, 004 e 008/03, este discutido pelos Vereadores Zé Valdir e Juarez Pinheiro, os Projetos de Resolução n°s 016 e 029/02, 002/03, discutido pelo Vereador Raul Carrion, 004, 005 e 008/03, o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 007/02, os Projetos de Lei do Executivo n°s 003, 004 e 005/03. Também, o Vereador Darci Campani manifestou-se durante o período de Pauta. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo externou sua contrariedade aos aumentos verificados nas tarifas de fornecimento de água potável e ao reajuste dos valores cobrados a título de Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU. Também, criticou o posicionamento adotado pela Direção Nacional do Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB – em relação ao apoio demonstrado ao Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República. O Vereador Pedro Américo Leal discorreu sobre a utilização das Forças Armadas em ações de combate ao tráfico de drogas no Rio de Janeiro, analisando as funções atribuídas pela Constituição Federal ao Exército e manifestando sua opinião contrária à participação de militares nessas ações. Nesse sentido, reportou-se a episódio ocorrido naquela Cidade no dia de ontem, no qual militares que participavam de barreira de fiscalização dispararam contra o Senhor Frederico Branco de Farias, causando sua morte. O Vereador Isaac Ainhorn teceu considerações sobre a possibilidade de envio a este Legislativo, pelo Executivo Municipal, de Projeto de Lei que institui contribuição para o custeio da iluminação pública em Porto Alegre, mencionando a possibilidade de aumento das tarifas de fornecimento de energia elétrica no Estado do Rio Grande do Sul e afirmando que a maior parte dos Senhores Vereadores defende posição contrária à instituição de novos tributos municipais. O Vereador Raul Carrion, ratificando que o Partido Comunista do Brasil - PC do B - integra a base de apoio político do governo do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, leu manifesto intitulado “Juros altos barram o desenvolvimento – o Brasil clama pela retomada do desenvolvimento, pela inauguração de um novo ciclo de crescimento econômico”, de autoria do Senhor Renato Rabelo, Presidente do PC do B. A seguir, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea "g", do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Dr. Goulart, que relatou atividade desempenhada como integrante da Comissão Julgadora do Carnaval Oficial de Porto Alegre. Ainda, narrou problemas enfrentados pelos dirigentes das Escolas de Samba durante os desfiles do Carnaval e defendeu a urgência na construção de local adequado para a realização dessa festa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Cassiá Carpes, referindo-se ao manifesto de autoria do Senhor Renato Rabelo, Presidente do Partido Comunista do Brasil – PC do B, avaliou as possibilidades de crescimento da economia do País face à política de juros adotada. Ainda, instou pela aprovação de Projeto de Lei de autoria de Sua Excelência, que veda, no Município de Porto Alegre, a cobrança de contribuição para custeio do serviço de iluminação pública. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 03, proposta pelo Vereador João Carlos Nedel e assinada pelo Vereador Pedro Américo Leal, Líder da Bancada do PPB, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 033/01 (Processo nº 0963/01). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz, traçando comparativo entre os índices de desenvolvimento urbano apresentados pelas Capitais Florianópolis, Curitiba e Porto Alegre, afirmou que, segundo Sua Excelência, a última apresenta atraso no desenvolvimento devido à visão de seus administradores. Ainda, perquiriu a não-construção de pista de eventos adequada para a realização do Carnaval e as condições de atendimento a urgências pelo Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. O Vereador Marcelo Danéris reportou-se ao pronunciamento do Vereador Luiz Braz, enfatizando o empenho do Executivo Municipal em construir uma pista de eventos da Capital. Ainda, referiu-se ao fornecimento, por parte da Secretaria Municipal de Cultura, dos convites para as festividades carnavalescas aos Senhores Vereadores e teceu considerações sobre as políticas tributárias praticadas pelo Poder Executivo nos âmbitos Municipal e Estadual. A Vereadora Clênia Maranhão dissertou sobre o reinício das atividades da Casa, após o feriado de Carnaval e enfatizou as diferentes manifestações de cunho pacifista encontradas em sambas-enredos e adereços utilizados durante essa festa popular. Ainda, comentou o lançamento, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, da Campanha da Fraternidade para o corrente ano, desta vez enfocando os problemas enfrentadas pela terceira idade. Na ocasião, face Requerimento verbal formulado pelo Vereador Isaac Ainhorn, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Nei Ortiz Borges, ex-Deputado Federal. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Alberto Garcia, reportando-se ao tema escolhido pela CNBB para a Campanha da Fraternidade deste ano, apresentou dados estatísticos referentes à composição etária da população brasileira. Nesse aspecto, enfatizou ser a terceira idade uma fase da vida em que existe maior vulnerabilidade a doenças e lembrou haver, em países desenvolvidos, especial atenção à qualidade de vida das pessoas idosas. O Vereador Reginaldo Pujol, considerando ser hoje Quarta-Feira de Cinzas, destacou a expressiva presença de parlamentares verificada nos trabalhos da presente Sessão. Ainda, posicionou-se contrário ao reajuste praticado pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos - DMAE - sobre a tarifa relativa ao serviço de fornecimento de água tratada na Capital e questionou a exeqüibilidade da conclusão da nova pista de eventos da Capital até o Carnaval do próximo ano. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral, 2ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica n° 008/01, que foi discutido pelos Vereadores Sebastião Melo, Darci Campani, Cláudio Sebenelo, Carlos Pestana, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Zé Valdir, João Antonio Dib, Reginaldo Pujol e Luiz Braz. Durante a apreciação do Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 008/01, os Vereadores Haroldo de Souza e Marcelo Danéris cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores Sebastião Melo e Juarez Pinheiro. Na ocasião, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador Marcelo Danéris, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre a apreciação do Projeto de Emenda à Lei Orgânica n° 008/01. Também, o Vereador Reginaldo Pujol, em seu pronunciamento efetuado no período de discussão do Projeto de Emenda à Lei Orgânica n° 008/01, formulou Requerimento verbal, solicitando a juntada de documento ao autos do referido Projeto. A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador João Carlos Nedel, solicitando que as Emendas nºs 02 e 03, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 033/01 (Processo nº 0963/01), fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Lei do Legislativo n° 033/01 e as Emendas nºs 02 e 03 a ele apostas. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo n° 102/01, o qual, após ser discutido pelos Vereadores Cláudio Sebenelo, Raul Carrion, Cassiá Carpes, Renato Guimarães e Isaac Ainhorn, teve sua discussão adiada por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Cassiá Carpes. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo n° 102/01, o Vereador Ervino Besson cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Isaac Ainhorn. Também, o Senhor Presidente registrou as presenças do Coronel Pedro Paulo Nobre e de integrantes da diretoria do Clube Militar do Rio de Janeiro. Em Discussão Geral e Votação, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo n° 108/01, por dez votos SIM e onze votos NÃO, tendo votado o Senhor Presidente, em votação nominal solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os Vereadores Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Pedro Américo Leal e Reginaldo Pujol e Não os Vereadores Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Darci Campani, João Antonio Dib, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion e Renato Guimarães. Na ocasião, face Questões de Ordem e manifestações dos Vereadores Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Reginaldo Pujol, Maristela Maffei e João Carlos Nedel, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre o processo de votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 108/01. Também, o Vereador Marcelo Danéris formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a suspensão dos trabalhos da presente Sessão. Às dezoito horas e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezoito horas e oito minutos, constatada a existência de quórum. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 194/01, o qual deixou de ser apreciado, face à inexistência de quórum. Às dezoito horas e treze minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Antonio Dib e Elói Guimarães e secretariados pela Vereadora Maria Celeste. Do que eu, Maria Celeste, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Já dei as boas-vindas a Ver.ª Margarete Moraes, que reassume hoje o seu cargo de Vereadora nesta Casa e deverá ficar conosco até o término desta legislatura.

A Mesa declara empossada a Ver.ª Margarete Moraes. Informamos que S. Ex.ª já procedeu à entrega à Mesa da Declaração de Bens, nos termos do art. 203 do Regimento, ficando dispensada de prestar compromisso, nos termos do parágrafo 4.º do art. 12 do Regimento.

A Ver.ª Margarete Moraes integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente.

 

O SR. RAUL CARRION (Requerimento): Quero propor um minuto de silêncio pelo passamento do Padre Mário Tarani, que era Pároco da Igreja Nossa Senhora do Trabalho, na Benno Mentz, italiano. Ele faleceu aos 87 anos, vivendo 43 anos no Brasil, 34 anos no Rio Grande do Sul. Inclusive, tivemos a oportunidade de representar esta Casa neste final de semana. O Padre Mário Tarani é uma pessoa que tem uma grande obra social no nosso Estado, em Porto Alegre e merece a homenagem desta Casa.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Requerimento): Solicito também um minuto de silêncio em memória do jornalista político Sepé Tiaraju Matzembacker, falecido neste fim de semana.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Deferimos os pedidos de um minuto de silêncio em memória de Sepé Tiaraju Matzembacker e do Pe. Mário Tarani, Pároco da Igreja Nossa Senhora do Trabalho, que faleceu na semana que passou.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

Antes de passarmos à Pauta, a Mesa concede 5 minutos a Ver.ª Margarete Moraes para que possa fazer seu pronunciamento.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Ex.mo Sr. Presidente, João Antonio Dib; Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, depois de quinze anos lecionando em escolas públicas em Santa Maria e em Porto Alegre, e, nos últimos treze anos da minha vida com exclusiva dedicação no desenvolvimento da arte e da cultura da nossa Cidade, na Secretaria da Cultura, primeiro como Coordenadora de Artes Plásticas e, nos últimos sete anos, na condição de Secretária Municipal da Cultura, acredito possuir acúmulo e também despojamento suficientes para assumir meu lugar na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Porto Alegre foi a cidade que escolhi para viver, onde constituí minha família e onde desenvolvi minha vida profissional e pública.

Tenho absoluta consciência de que estou frente a um grande desafio. O primeiro desafio diz respeito ao fato de estar à altura da Bancada dos companheiros e companheiras da Frente Popular, de estar à altura das metas estabelecidas pelo Governo Municipal, das pessoas que depositaram sua confiança e seu voto em mim e, sobretudo, um grande desafio de corresponder ao saudável e necessário debate que ocorre com a oposição, tradicionalmente muito rico nesta Casa.

A Câmara, no meu ponto de vista, é um privilegiado e democrático espaço das diferenças, sendo o confronto das idéias e o debate fundamentais para que se produza o desvendamento e, sobretudo, a transformação da nossa realidade. Sr. Presidente, quando perguntada sobre quais bandeiras políticas pretendo centrar minha atuação, respondo que certamente estarão identificadas com a minha trajetória de vida pública. Em primeiro lugar, no compromisso com todos os segmentos envolvidos na elaboração e também na execução de políticas educacionais e culturais que sejam, de fato, políticas libertárias, plurais e democráticas.

Neste momento tão significativo, de mudança de rumos na minha vida, gostaria de citar duas situações que ilustram conceitos desenvolvidos e trabalhados pela Secretaria Municipal da Cultura que, certamente, enriquecem a vida em Porto Alegre. Trata-se, em primeiro lugar, da construção da pista de eventos para que esse importante segmento da cultura tenha um espaço e um cenário adequados à sua expressão artística e cultural; em segundo lugar, eu gostaria de me referir à busca de um espaço adequado à guarda e à preservação do acervo artístico municipal. Pois exatamente me sinto gratificada, neste momento, porque a pista de eventos, as oficinas de arte, os barracões, que são tão necessários para o evento carnaval, finalmente, serão construídos no Porto Seco. Essa obra, esse grande empreendimento constituirá um novo centro, um novo pólo de criatividade, de arte, de cultura, de esporte, de lazer naquela região, principalmente, um pólo de desenvolvimento econômico ligado ao comércio.

No caso das pinacotecas Rubem Berta e Aldo Locatelli, mais de seiscentas obras da maior densidade, da maior relevância artística serão contempladas com exposições permanentes na reinauguração do Paço Municipal, ainda neste semestre, hoje, o próprio Paço em fase de rigorosa obra de restauro. Ambas as situações ilustram e dão conta do direito à diferença e também do direito à preservação das nossas raízes. Não importa se estamos lidando com cultura popular ou erudita; referem-se a serviços públicos capazes de valorizar o espaço urbano da nossa Cidade, o espaço democrático e republicano, como aquele espaço que é de todos, aquele espaço que educa e permite construir a auto-estima da nossa população.

Assumo o meu lugar na Câmara também porque creio que a política é o espaço para a afirmação de valores morais e de valores inclusivos, e é precisamente o ambiente político e diplomático...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Tempo encerrado, nobre Vereadora. Concedo-lhe mais um minuto.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Neste momento, quero dizer que estarão na Pauta, e eu pretendo centrar a minha atuação política em várias questões ligadas à educação, ligadas à cultura, a novos padrões de coesão social, legítimas demandas de etnias excluídas, amparo à criança, à juventude, preservação do patrimônio material e imaterial.

Para concluir, porque eu pretendo colocar essas questões em outro momento, eu quero prestar uma sincera homenagem, não apenas no Dia Internacional da Mulher, no dia 8 de março, mas hoje, e todos os dias, à Ver.ª Clênia Maranhão, do PPS, e às minhas queridas companheiras Maria Celeste e Maristela Maffei, porque eu tenho certeza de que estas mulheres são símbolos da luta contra todas as formas de opressão, das mais sutis às mais grosseiras. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Mais uma vez bem-vinda, Ver.ª Margarete Moraes.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 2335/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 139/02, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que veda, no Município de Porto Alegre, a cobrança da contribuição de iluminação pública.

 

PROC. 3520/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 226/02, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que altera a Lei n.º 6.998, de 10 de janeiro de 1992, que estende os benefícios do instituto da passagem escolar nos serviços de transporte coletivo explorados, concedidos ou permitidos no Município de Porto Alegre (Lei n.º 5.548/84, alterada pela Lei n.º 6.431/89), acrescenta novas disposições ao referido instituto e dá outras providências.

 

PROC. 3685/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 079/02, que regulamenta os §§ 3º e 4º do artigo 76 da Lei Complementar 434/99, dispondo sobre a parceria da Administração Municipal com os empreendedores considerados urbanizadores sociais.

 

PROC. 3799/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 081/02, que revoga a Lei n.º 6.276, de 21 de dezembro de 1988. (revogação/utilidade pública)

 

PROC. 3800/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 082/02, que revoga a Lei n.º 5.469, de 12 de novembro de 1984. (revogação/utilidade pública)

 

PROC. 3801/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 083/02, que revoga a Lei n.º 5.911, de 07 de julho de 1987. (revogação/utilidade pública)

 

PROC. 3803/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 244/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Professor Regis Augusto Marsicano Gonzaga.

 

PROC. 3806/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 084/02, que declara de utilidade pública a Associação Casa Marta e Maria.

 

PROC. 3807/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 085/02, que declara de utilidade pública o Lar Espírita José Simões de Mattos.

 

PROC. 3808/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 086/02, que declara de utilidade pública o Instituto da Criança com Diabetes do Rio Grande do Sul – ICDRS.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 0010/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 005/02, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o Prêmio de Cidadania e Direitos Humanos Herbert de Souza à Senhora Suzana Keniger Lisbôa.

 

PROC. 3583/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 114/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o título honorífico de Líder Esportivo à Empresária e Professora Carla Lubisco.

 

PROC. 3654/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 232/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Mario Antunes da Cunha um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Petrópolis.

 

PROC. 3655/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 233/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Mario Leitão um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Petrópolis.

 

PROC. 3702/02 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 021/02, de autoria do Ver. Raul Carrion, que altera a Lei Complementar nº 284, de 27 de outubro de 1992, e alterações posteriores, e dá outras providências.

 

PROC. 3705/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 236/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Rubens Freire Hofmeister um logradouro público não cadastrado, localizado no Bairro Petrópolis.

 

PROC. 3706/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 237/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Carlos Benevenuto Froner um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Petrópolis.

 

PROC. 3795/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 116/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o Prêmio Mário Rigatto ao Dr. Luiz Roberto Stigler Marczyk.

 

PROC. 3796/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 117/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o Prêmio Apito de Ouro ao Árbitro de Futebol Alexandre Lourenço Barreto.

 

PROC. 3797/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 118/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o “Troféu Destaque Mário Quintana” ao Comunicador Bibo Nunes.

 

PROC. 0003/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 003/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o Prêmio Mérito Sindical à Federação dos Empregados no Comércio do Estado do Rio Grande do Sul (FECOSUL).

 

PROC. 0022/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 007/03, de autoria do Ver. Beto Moesch, que concede o Prêmio Ecologista do Ano José Lutzenberger à Fundação Gaia.

 

PROC. 0174/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 001/03, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que denomina Rua Waldemar Chaves Barcellos um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Glória.

 

PROC. 0175/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 002/03, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que denomina Rua Gilberto Sclovsky um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Glória.

 

PROC. 0205/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 003/03, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Francisco Balestrin um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Cavalhada.

 

PROC. 0386/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 005/03, de autoria do Ver. Beto Moesch, que estabelece área mínima para tratamento paisagístico nos terminais, paradas, corredores e estações de ônibus e do sistema metroferroviário do Município.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 2158/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 133/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua Flávio de Oliveira Ramos um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Farrapos.

 

PROC. 0158/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 029/02, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o Prêmio Tradicionalista Glaucus Saraiva ao Senhor José Edson Gobbi Otto.

 

PROC. 3642/02 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 007/02, que altera o inc. V e a alínea “a” do inc. VI do art. 21 da Lei Complementar nº 7, de 07 dezembro de 1973, e alterações, para adequá-lo às disposições contidas na Emenda Constitucional nº 37/2002, relativas à alíquota mínima para o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza.

 

PROC. 0002/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 002/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o Prêmio de Cidadania e Direitos Humanos Herbert de Souza à THEMIS.

 

PROC. 0004/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 004/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o prêmio Quilombo dos Palmares ao Senhor Paulo Renato Paim, na modalidade atuação política e social.

 

PROC. 0005/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 005/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o prêmio Quilombo dos Palmares ao Senhor Gilberto Amaro do Nascimento, na modalidade atuação artística e cultural.

 

PROC. 0725/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 041/02, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que altera as Leis n.os 6.431, de 03 de agosto de 1989, e 6.998, de 10 de janeiro de 1992. (Passagem Escolar)

 

PROC. 0026/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 016/02, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, que concede o prêmio jurídico Otávio Francisco Caruso da Rocha ao Doutor Paulo Brossard de Souza Pinto.

 

PROC. 3522/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 227/02, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Senhora Iara Mendonça.

 

PROC. 3833/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 245/02, de autoria do Ver. Ervino Besson, que obriga os estabelecimentos comerciais, similares e ambulantes que venderem bebidas em latas a afixar cartazes contra a propagação da leptospirose.

PROC. 0208/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 004/03, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que autoriza a inclusão da programação da promoção denominada Convenção GF de Fitness e Atividades Físicas no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre.

 

PROC. 0384/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 008/03, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” à Banda Chimarruts.

 

PROC. 0455/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 008/03, de autoria dos Ver.os Juarez Pinheiro e Estilac Xavier, que dispõe sobre o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais aos domingos e feriados.

 

PROC. 0592/03 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 003/03, que revoga a Lei 4.311, de 23 de agosto de 1977 e a Lei 6.642, de 17 de julho de 1990.

 

PROC. 0601/03 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 004/03, que suprime o § 1º do art. 145 da Lei Complementar 395, de 24 de abril de 1997.

 

PROC. 0602/03 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 005/03, que dá nova redação ao art. 1º da Lei 4.177, de 04 de outubro de 1976, que desmembra parte da Rua Bazílio Pellin Filho.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Darci Campani está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. DARCI CAMPANI: Sr. Presidente desta Casa, Ver. João Antonio Dib; demais Vereadores, me inscrevi nesta Pauta, pois estão listados em 2.ª e 3.ª Sessão mais de treze Projetos de Resolução que fazem concessão de prêmios, títulos honoríficos, troféus, prêmio mérito sindical, vários prêmios que esta Casa concede anualmente, e o critério, na maioria deles, é aquele em que o Vereador tem que ser o mais rápido em fazer a tramitação do seu Processo. O primeiro que chegar ao Protocolo entra com o Processo, e não existe análise de mérito sobre se aquela pessoa, nesse momento político, é a pessoa ou entidade que mais agregaria elementos para receber nesse ano. Alguns prêmios são concedidos uma única vez ao ano; então, fica bastante difícil aos demais Vereadores, porque o processo já foi protocolado, já está na frente em termos de tramitação, deverá ser o primeiro a ser votado, e aí aquele prêmio não pode mais ser distribuído, ou dado, a nenhuma outra autoridade ou instituição pelo período de todo um ano.

Em 1995, fizemos um Projeto de Resolução que instituía a Comenda Florestan Fernandes, e pelo critério - porque já discordávamos em 1995 dessa questão de o primeiro que chega ao Protocolo ter o seu homenageado agraciado com a premiação da Câmara, que é uma premiação de todos os 33 Vereadores... E quando se instituiu, aprovada por toda a Câmara de Porto Alegre, a Comenda Florestan Fernandes, se criava uma Comissão, e essa Comissão, com representação externa, e representação da Câmara também, é quem faria a seleção das entidades ou pessoas que iriam receber, no caso, a Comenda Florestan Fernandes.

Estou inscrito para falar em Pauta sobre os Projetos que estão em 2.ª e 3.ª Sessão, não no sentido de qualquer dúvida de que as personalidades e entidades que estão aqui sendo lembradas, trazidas para ganhar esses prêmios, congratulações, láureas dadas pela nossa Câmara, não estejam merecendo, mas eu vejo que o método que a nossa Câmara Municipal utiliza para a concessão é um método ainda muito arcaico, digamos assim, que é esse do correr até o Protocolo, e aquele que tiver a primeira idéia e estiver em primeiro lugar irá receber.

Então, Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, estamos discutindo as alterações que estamos propondo e vão ser analisadas durante o período deste ano, em relação ao Regimento da Casa. Talvez deva ser analisado o seguinte: ou a gente acaba com os prêmios que sejam anuais, que só um Vereador pode conceder - porque aí fica a disputa de quem chega primeiro ao Protocolo -, ou criamos critérios para que todos possam, democraticamente, indicar nomes, e uma Comissão, através da análise de currículo, através de uma análise de trabalhos realizados no período, possa conceder o prêmio a uma ou outra pessoa ou entidade.

A nossa inscrição, neste momento, é exatamente - não duvidando de que todos que estão aqui listados nesses Projetos de Resolução sejam merecedores - no sentido de que esta Casa tem que alterar a sua dinâmica de como fazer essa premiação. E nesse sentido, infelizmente, a Comenda Florestan Fernandes, que foi instituída em 1995 – Florestan Fernandes foi uma pessoa que todos nesta Casa reverenciam, pelo seu nobre trabalho prestado ao estudo da Sociologia no Brasil, ao estudo da política no Brasil - até hoje não foi entregue para ninguém porque, exatamente, a lógica é outra. Não é de um Vereador ir lá e inscrever. Se fosse essa a lógica, Ver. Renato Guimarães, todos os anos talvez alguém tivesse distribuído o prêmio, mas como implica fazer uma Comissão, e não vai aparecer que fui eu que fui lá e dei o prêmio para tal ou qual pessoa, então acaba-se diluindo, e a lógica das premiações e dos reconhecimentos acabam virando lógica de reconhecimento do Vereador que se lembrou de determinado nome.

Nesse sentido, Ver. João Antonio Dib, encaminho para que possamos abrir a discussão para a alteração desse critério para a nova composição do novo Regimento e solicito - inclusive, vou fazer por escrito - que a Comenda Florestan Fernandes tenha a sua Comissão instituída pela Presidência desta Casa com participação de representantes da UFRGS, da PUC e do Governo do Estado, conforme está na Resolução, para que possamos entregar a Comenda Florestan Fernandes. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, retornando do período do carnaval, a Câmara de Vereadores já é tomada por uma Pauta com dezenas de Projetos importantes para a Cidade. Um com certeza tomará o tempo de todas as Bancadas e terá um debate intenso por este Plenário. É mais um Projeto que na realidade regulamenta o nosso Plano Diretor. Eu digo isso porque o Plano Diretor que temos é fruto de um longo processo social, e teve atores os mais diversos, a sociedade de Porto Alegre, a Câmara de Vereadores e o Executivo, que construíram um Plano Diretor com diversas ferramentas, que ajudam e constituem uma visão de gerência do espaço urbano da Cidade. É um Plano Diretor que trabalha uma visão de controle social, em que o cidadão lá na região tem um papel fundamental através do Conselho Regional de Desenvolvimento Urbano; é um Plano Diretor que concebe uma visão de preservação do meio ambiente com muita potencialidade; é um Plano Diretor que possibilita que façamos uma discussão sobre que cidade queremos. O que está sendo proposto neste momento é avançarmos ainda mais nesse papel, é trazermos um outro ator para este debate de que cidade queremos, que é o urbanizador social. Trata-se de uma iniciativa do Executivo, regulamentando o art. 76 do Plano Diretor, no sentido de trazer o papel para o empreendedor imobiliário da Cidade para que ele possa também estar articulando projetos em parceria com o Executivo Municipal no sentido de possibilitar moradia, lotes urbanizados na Cidade para a população de baixa renda. Portanto, eu acho que esse Projeto se destaca, tal a importância que tem para a cidade de Porto Alegre, e acho que a Câmara de Vereadores, ao tratar a temática de avançar no debate da habitação popular, vai ter um papel destacado, e acredito que todos nós vamos estar envolvidos.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, cumprimento V. Ex.ª pela intervenção sobre o tema e faço duas observações. A primeira com relação ao Plano Diretor, que nós já aprovamos há três anos aqui, e que neste ano está sujeito a uma reavaliação por parte desta Casa. Eu tenho a visão de que esta Casa não tem de esperar um impulso do Executivo; deve, por ela própria, já começar a tratar da reavaliação. Em segundo lugar, o art. 44, que trata da participação popular nas áreas regionais da Cidade, que, até hoje, não foi regulamentado.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Vereador, agradeço pelo seu aparte. Eu gostaria de continuar. Concordo com o destaque do Ver. Isaac Ainhorn de que esta Câmara deve, de período em período, reavaliar essa ferramenta, que é de tamanha importância para a gerência do espaço urbano. Acho que a proposta que trouxemos à Casa, e que foi aprovada, de controle social, avança em muito a concepção, para mim ultrapassada, do Ver. Isaac Ainhorn, que pensa participação popular muito sob barreiras, sob o controle da institucionalidade. Nós discordamos – temos uma longa história de discordância com o Ver. Isaac Ainhorn, que pensa controle social e participação popular sob o controle da institucionalidade. Nós somos contrários a isso; achamos que a participação popular tem de estar vinculada ao seio, à base social e não a aparelhos do Estado. Essa é uma discordância fraterna que temos com o Ver. Isaac Ainhorn.

Concluo fazendo o registro de que além do papel que o empreendedor imobiliário possa ter nesse Projeto do urbanizador social, também trazemos para o debate o papel das cooperativas habitacionais autogestionárias, que também poderão trazer para si esse ator social que é o urbanizador social. Portanto, este Projeto é de grande importância, é um Projeto complexo que deve ser bastante discutido e analisado pela Cidade, por nós, Vereadores. Mas ele avança muito, ele dá um passo importante no debate sobre a habitação popular para cidadãos de baixa renda de Porto Alegre. Por isso eu digo que ele é de tamanha importância que os Vereadores, aqui, devem dar atenção a ele. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu solicitaria que os Vereadores que não registraram as suas presenças o fizessem nos terminais laterais.

O Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é comum acusarmos aqueles que lutam por um projeto de sociedade, portanto por um projeto futuro - como todo o projeto, aliás, é uma proposta de futuro -, de “estreito”, porque ele projeta algo que não existe na realidade, como é também muito comum acusarmos aquele que luta para garantir direitos existentes como um sujeito estreito, corporativo, padrinho do senso comum. Eu quero dizer que luto por um projeto de sociedade que está muito distante ainda da situação real que nós vivemos, e não me considero um “estreito”. E luto para garantir determinados patamares de conquistas sociais, e também não me considero, por isso, um corporativo ou algum sujeito que apadrinha o senso comum. Eu quero dizer isso porque essas expressões estão muito em voga toda vez que discutimos essa questão do domingo, e não é de hoje. O problema é que todos nós, quando discutimos qualquer idéia, pretendemos a universalidade, nós afirmamos, pelo menos no discurso, que o nosso projeto é universal e que o nosso Projeto, mesmo ancorado em alguma reivindicação setorial da sociedade, vem em benefício do conjunto da sociedade. Qual é o termômetro para nós medirmos isso? O termômetro é a realidade.

Vamos pegar a questão do domingo. Nós pretendemos afirmar uma conquista, que é a conquista de que a humanidade, os homens em sociedade, uma vez por semana, paralisam a atividade econômica principal e se dedicam a outros afazeres que não a produção e o consumo, afazeres que vão desde o lazer até a oração, se quiserem os religiosos, até o sagrado direito do descanso. Pois agora, o que tem isso de atrasado? É que o capitalismo desenfreado, pragmático pretende vender uma outra idéia que está muita expressa no Big Brother da vida, que anda pelo mundo inteiro: quer vender a idéia de que não existe mais nenhum valor importante a não ser o consumo e a produção, e querem jogar a sociedade num hedonismo tremendo, num pragmatismo absurdo, e ancoram esses argumentos todos na modernidade. Mas que modernidade! Vamos olhar o que está acontecendo no mundo! Esse tipo de modernidade que coloca como valores éticos fundamentais a produção e o consumo; que inverte, quando essas coisas são meios, Ver. Pedro Américo Leal - que me ouve com atenção -, para que o homem realize a felicidade e não fins em si mesmo. Mas esse capitalismo exacerbado pretende jogar a humanidade nisso aí. E agora querem que a humanidade abra mão da conquista do domingo e querem que o domingo seja um dia normal de compras e de consumo. Onde está a modernidade? Isso é moderno? Isso está levando os países do Primeiro Mundo à loucura, ao aumento do índice de suicídio ou, no mínimo, ao aumento de sessões de terapia no mundo inteiro. É isso o que estão fazendo!

Há dois tipos de senso comum: o senso comum da sabedoria secular, que o povo armazena; e o senso comum que é fabricado, como esse em que todo dia querem convencer a humanidade a mudar de hábitos, a fazer uma transformação cultural, que na verdade é simplesmente para jogar a sociedade num consumismo, cujas estatísticas nós já vimos no que estão dando, além de todas as conseqüências econômicas que há aqui nos países de Terceiro Mundo, como essa que está hoje amplamente documentada pelas estatísticas que é a derrocada da pequena e de média empresa, a destruição do emprego e o aviltamento das relações de trabalho. É isso que está acontecendo aqui.

Por último, não dá para nós argumentarmos com a lei, porque às vezes a lei demora, porque a lei é conseqüência da sociedade e conseqüência da mobilização da sociedade, tanto as boas como as más leis. O que nós temos de fazer é unir toda a sociedade e fazer um trabalho de esclarecimento e aí, sim, ir contra esse senso comum fabricado de que a humanidade tem de abrir mão do sagrado direito de descanso, do sagrado direito ao lazer de toda a sociedade e não apenas de um segmento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, a todos que nos assistem, queria, em primeiro lugar nesta Pauta tão longa e recheada de bons projetos, fazer referência ao Projeto do Executivo, do qual já tratou o Ver. Renato Guimarães, que é sobre o urbanizador social. Tivemos inclusive a oportunidade de debatê-lo na TVCâmara com a Ver.ª Maristela Maffei e com o Ver. Isaac Ainhorn. Foi um Projeto que, no ano passado, através de inúmeros debates na Comissão de Urbanismo, Transporte e Habitação, foi avaliado, corrigido com sugestões da área empresarial, dos futuros compradores e dos próprios representantes do Governo Municipal e das entidades de representação de engenheiros e arquitetos.

É um Projeto para o qual nós pedimos a todos os Vereadores a máxima atenção. Ele procura enfrentar a reprodução da irregularidade habitacional, que hoje atinge uma imensa população, em torno de 25% da população, Ver. Pedro Américo Leal, e essa irregularidade nós não podemos enfrentar só nos seus efeitos, ou seja, com medidas públicas posteriores; precisamos evitar! E de onde surge a irregularidade habitacional? Surge do fato de que não há no mercado oferta para população de baixa renda. Por isso, começam a se multiplicar, por um lado, os chamados loteamentos irregulares, que procuram driblar as exigências urbanísticas e fazer, com isso, um loteamento mais barato; ou então ocupações muitas vezes incentivadas pelo proprietário da terra, como uma forma de realizar o seu loteamento sem as restrições legais.

Então, através do Projeto do urbanizador social, são colocadas vantagens do urbanizador social para uma população de baixa renda. Creio que assim poderemos multiplicar, no mercado, o acesso aos lotes para a população de baixa renda e, por outro lado, facilitar também ao proprietário de glebas que tenha a intenção de comercializar sua propriedade. Então, este é um Projeto de muita importância, sobre o qual nós nos debruçaremos durante este ano.

Em segundo lugar, queríamos aqui nos referir a um Projeto de Resolução, pelo qual estamos concedendo o Prêmio de Cidadania e Direitos Humanos Herbert Souza, nosso conhecido Betinho, na modalidade “Entidade” à Associação Jurídica e Estudos do Gênero Themis.

Cremos que o debate nesta Casa, às vésperas do Dia Internacional da Mulher, sobre o Prêmio a essa entidade tão importante é oportuno. Queremos dizer que esse Prêmio já foi pensado para essa entidade - foi feito um Projeto pela Ver.ª Helena Bonumá -, em 2001. Mas, nem em 2001 nem em 2002 ele foi levado à votação. O Projeto acabou arquivado e, hoje, a Vereadora se encontra no Paço Municipal, como Secretária de Direitos Humanos.

Nós consultamos a Vereadora no sentido de ingressarmos com este Projeto, e ela deu a sua concordância. Mas queremos fazer referência a sua primeira iniciativa e dizer que teremos a honra, também, de termos a assinatura da Ver.ª Maria Celeste, com quem vamos fazer tramitar conjuntamente este Projeto.

Rapidamente, dando alguns dados, eu queria dizer que a Themis tem esse nome em homenagem à deusa grega da Justiça. Essa instituição surgiu em 1993; portanto, nós a estaremos homenageando no ano em que ela completa 10 anos de existência. É uma entidade dedicada à defesa dos direitos da mulher; é contra a violência que vemos na nossa sociedade contra a mulher, é contra a discriminação no trabalho, é contra todo o tipo de discriminação legal. Essa entidade atua em três principais frentes: formação de Promotoras Legais, advocacia para as mulheres e estudos e publicações teóricas. E é tal a importância dessa entidade, Ver. Juarez Pinheiro, que ela já recebeu diversos prêmios internacionais, como: 1.º lugar do Prêmio Nacional de Direitos Humanos, em 1991; Prêmio USP de Direitos Humanos; Prêmio Direitos Humanos, concedido pelo Conselho Britânico, Federasul e Assembléia Legislativa.

Certamente esta Casa homenageará essa importante entidade, que completa dez anos em 2003 e que tantos serviços tem prestado às mulheres e aos direitos humanos no nosso Estado e na nossa Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Ver. João Antonio Dib, Presidente desta Casa; Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, público que nos assiste, nós estamos hoje no último dia de Pauta da proposta que colocamos para discussão pela Casa, dispondo sobre o horário de funcionamento do comércio aos domingos. Ver. Isaac Ainhorn, eu me sinto plenamente satisfeito por ter provocado esse debate. Eu acho que ele foi extremamente produtivo, ele desbloqueou posições.

O Ver. Cassiá Carpes disse, na primeira intervenção, sobre a matéria, que era importante o seu debate. Ver. Cassiá Carpes, eu quero, com a sua licença, reafirmar: ele sempre é importante, mas nunca foi tão importante – ao menos para este Vereador – a discussão de um Projeto quanto foi a que nós fizemos nesta Casa. A surpresa de alguns Vereadores da direita e da esquerda, eu já esperava, pois, sempre que se provoca algo novo, é natural a reação. Quando os Projetos sobre esse tema, vinham, anteriormente, para a Casa, era para beneficiar uma categoria exclusivamente ou para prejudicar outra, de forma exclusiva. Esse não foi um Projeto nem para prejudicar uma categoria e nem foi um Projeto, Ver. Elói Guimarães, para trazer benefícios especialmente a uma categoria; foi um Projeto para a Cidade. Então, é um Projeto que tem uma outra origem, e a forma de avaliá-lo precisa também ser feita de outra forma pelos Srs. Vereadores.

Eu quero reafirmar aqui três posições neste último dia de debate: fomos, Ver. Zé Valdir, somos e sempre seremos contra a exploração da jornada de trabalho.

Este Vereador participou, com os comerciários, na década de 1980, da luta a favor do sábado inglês. Aqui nesta Casa, recentemente, quando se propôs a revogação da Lei n.º 7.109, este Vereador, junto com outros Vereadores e Vereadoras, foi um dos que mais se destacou no sentido da não-aprovação daquele Projeto, que era contra os interesses dos comerciários.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Juarez Pinheiro, eu já me pronunciei da tribuna a respeito do seu Projeto e quero, mais uma vez, com este aparte, solicitar aos Vereadores que estão em dúvida com relação a ele que, por favor, leiam o Projeto com muita atenção. O Projeto de V. Ex.ª tem um grande alcance, pois nós poderemos, aprovando-o, salvar a categoria do pequeno empresário de Porto Alegre. Sou grato a V. Ex.ª.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Agradeço muito a V. Ex.ª pelo aparte. Ele engrandece tanto pela qualidade quanto pela materialidade, Ver. Isaac Ainhorn, porque o Ver. Ervino Besson chegou a esta Casa pela luta em defesa dos pequenos e dos micros comerciantes desta Cidade, categoria da qual ele faz parte.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero cumprimentar V. Ex.ª e dizer que, realmente, é singular, é algo novo. Eu reitero isso porque a idéia poderia não ser nova, mas ela ter nascido no seio da militância, de dirigentes, de edis, de Vereadores do Partido dos Trabalhadores é uma idéia nova. Eu não estou aqui para ser o pai da idéia. Eu penso que o Projeto é importante para Cidade, e V. Ex.ª consegue harmonizar, com ele, os interesses que aqui são representados, sobretudo pelo Ver. Ervino Besson, que é expressão do segmento de micros e pequenos empresários, como donos de fruteiras, de padarias, que teriam problemas na venda, porque a grande venda é pela manhã. V. Ex.ª compatibiliza os interesses, na nossa opinião, adequando esse horário, o da tarde, a uma determinada sistemática, que vai ser importante para o desenvolvimento da Cidade e vai harmonizar todos os interesses.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Ver. Isaac Ainhorn, o aparte de V. Ex.ª é de grande importância. V. Ex.ª - tenho dito isso reiteradas vezes -, é portador de uma grande inteligência nas discussões das matérias e conseguiu apanhar, na verdade, a questão fundamental, material desse Projeto.

O Ver. Sebastião Melo, Ver. Isaac Ainhorn - e veja quanto é importante o debate -, juntou aqui, a meu juízo, até de forma anti-regimental, um acórdão, Ver. Cláudio Sebenelo. Eu fui verificar na sexta feira - ele o apresentou na quinta-feira -, que, quando queremos juntar um documento ao processo, requeremos e juntamos; não é preciso fazer aparte no microfone. Qualquer Vereador pode juntar documento. Mas eu ainda disse: como é a favor do debate, nem vou contrariar essa juntada de documento. Eu fui pesquisar: o acórdão do Ver. Sebastião Melo é dominante na jurisprudência! E ele vem ao sabor do que eu defendo, Ver. Cassiá Carpes - e mostrei a V. Ex.ª -: hoje, Ver. Isaac Ainhorn, há uma reiterada posição do Superior Tribunal de Justiça, de que os supermercados, que são aqueles que mais exploram os trabalhadores, em jornadas de até 12 horas, podem abrir e são considerados naquela relação do Decreto de 1949, pois a Lei n.º 7.109, para que possamos fazer com que ela tenha novamente vigência, vai demorar três anos, no mínimo, porque sequer o recurso extraordinário foi protocolado junto ao Supremo Tribunal Federal, e não há decisão de mérito.

Ver. Isaac Ainhorn, veja bem, a decisão do Superior Tribunal de Justiça diz o quê? Independentemente, Ver. Zé Valdir, da Lei n.º 7.109, entende o órgão máximo da Justiça, nesse tipo de matéria, quando não é ordem constitucional, que supermercados se enquadram nas disposições do art. 7.º do Decreto n.º 27.048, ou seja, independentemente da vigência, daqui a três anos, da Lei n.º 7.109, há uma posição de que os supermercados podem abrir. Foi um grande debate! Agradeço aos Srs. Vereadores que colaboraram com a discussão sobre o Projeto. O Projeto irá para as Comissões, e, Ver. Ervino Besson, com certeza, conseguiremos aprová-lo nesta Casa depois de um amplo debate. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Encerrado o período de Pauta.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, colegas Vereadoras e colegas Vereadores, abordo, neste período de Liderança, dois assuntos que considero importantes no momento atual. O primeiro deles é que nós estamos repudiando, de forma maiúscula, o aumento exorbitante da tarifa da água em Porto Alegre. Quero lembrar a esta Casa que há uma Medida Provisória do Governo Fernando Henrique Cardoso que proíbe a reposição de tarifas mensalmente. Mas o DMAE vinha, desde 1995, praticando a reposição da tarifa mensalmente pelo valor da inflação medida pelo IGPM. Isso aconteceu até março de 2002, quando, além da reposição anual que o DMAE havia feito, ele fez um tarifaço sob o nome de realinhamento, e aumentou mais 19% no esgoto e mais 19% na água. Agora, se o DMAE vai aumentar a tarifa em 30%, ele teria que ter a dignidade de descontar os 19% que antecipou lá atrás. Estamos analisando e vamos aguardar a audiência pública – o Presidente Cassiá, da Comissão, já a convocou – para ver qual a atitude que iremos tomar.

 

(O Ver. Sebastião Melo comunica ao Sr. Presidente que ele esqueceu de marcar o seu tempo.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: O que quero dizer com tudo isso é que o discurso da Frente Popular é a favor da inclusão social, mas a prática governamental são os aumentos lá e aqui sem parar: 25% do IPTU; 30% da água; quase 50% na passagem de ônibus no último ano; taxa de lixo, muitas vezes, maior do que o IPTU de um apartamento ou de uma casa. O discurso é jeitoso de inclusão social, mas a prática é absolutamente “fiscalista” e conservadora. Os juros lá em cima, de 25% para 25,5%, para 26,5%! A gasolina, nem se fala, subindo violentamente. Até o Presidente da República veio a público dizer que não suporta mais o que estão fazendo as agências reguladoras. A tabela do Imposto de Renda, tão criticada pela bancada governista, agora está congelada, igual ao tempo do Fernando Henrique Cardoso. Por isso eu quero dizer: chega de aumentos! O povo não suporta mais; a classe média não suporta mais tantos aumentos dos governos, em geral, indiscriminadamente. De outra banda, eu também quero dizer que, de tantas atividades que realizei neste feriado, terminei de redigir um manifesto, que vou socializar aos peemedebistas, que tem como manchete “Apoio às reformas, sim; entrar no Governo Lula, não.” E vou dizer por quê. O MDB nasceu em 1966 e cumpriu um belíssimo papel, e foi, junto com a massa, magnífica, condutor da derrubada do regime militar. Em 1985, chegou ao poder, quando o Presidente Tancredo ganhou a eleição e veio a falecer, e o Sarney acabou assumindo a Presidência da República. De lá para cá, o MDB, de certa forma, esteve no poder há 17 anos. Na eleição passada, lutamos para que Pedro Simon fosse o nosso candidato a Presidente da República. Esta cúpula fisiológica do meu Partido em nível nacional entendeu que o Partido não tinha de ter candidatura própria, equivocadamente, e aliou-se à candidatura de Fernando Henrique. Portanto, fez uma opção, Ver.ª Margarete Moraes. Pois agora, o povo brasileiro escolheu o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva para governar o País; deu a ele uma magnífica votação histórica, e disse aos outros Partidos que fizessem uma oposição responsável e a favor do País. Por isso, nós, que já defendíamos as reformas antes, não vamos ser contra as reformas de agora. Mas, por exemplo, eu jamais vou apoiar o desconto de inativos, porque a grande maioria dos aposentados ganha 1 mil e 500 reais, e ele precisa comprar comida, remédio, não vamos tirar o dinheiro dele, ele contribuiu a vida inteira, e na inatividade, isso não está correto. Isso partindo justamente daquele que colocou como eixo de campanha, o Sr. Tarso Genro, que se dizia grande defensor dos trabalhadores, e hoje, está lá a serviço dos patrões, querendo cortar o direito dos trabalhadores. Isso não podemos apoiar, mas temos que apoiar a reforma no seu conjunto. Temos que aprovar, urgentemente, neste País, uma reforma tributária onde quem tem dinheiro deve pagar imposto, e não o imposto indireto, em que o cidadão que compra o arroz, que compra o feijão, é o mais prejudicado neste País. Essa reforma tributária deve ser para os bancos, que tiveram lucro de 24 bilhões, no ano de 2002, portanto, os que mais tiveram rendimento neste País. Tem que mudar essa lógica, nós do PMDB, dizia o velho Ulisses, o que é bom para o Brasil tem que ser bom para o PMDB, portanto, vamos aprovar. Agora, lutar pelas reformas não é lutar por cargos, nós vamos liderar, indiscutivelmente, uma resistência na direção de que o nosso Partido, sim, apóia as reformas necessárias para o País, mas não devemos participar do Governo Lula. Ele ganhou a eleição, ele tem toda a lógica e o direito de governar, e nós precisamos fazer aquilo essencial na democracia, que é fazer o contraponto, fazer a cobrança legítima de quem ficou no campo da oposição.

Portanto, reforma, sim, participar do Governo não, porque esse foi o caminho que o povo e que o PMDB escolheu quando ele esteve do outro lado da eleição. Não estamos vivendo uma comoção social, ou uma guerra onde todos precisamos ser subjugados a uma proposta política. Não, não somos igual ao Lula, não somos igual a este Governo que está aí. Aliás, eu quero dizer que setores do PMDB como eu, criticavam profundamente as políticas neoliberais do Fernando Henrique, que, agora, foram aprofundadas pelo Governo Lula. Se nós criticávamos lá...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Tempo encerrado, Vereador.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Vamos apoiá-la. Portanto, reforma sim, participação no Governo não. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Ex.mo Sr. Presidente, V. Ex.ª permite-me que eu me congratule pelo seu acompanhamento. V. Ex.ª está engastado, como jóia num colar...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver. Pedro Américo Leal, estamos iniciando as homenagens ao Dia Internacional da Mulher, dia 8.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: É uma forma de explicar a procura... Mas eu trago aqui, hoje, à reflexão de todos os Vereadores e do Brasil, este emprego das Forças Armadas no Rio de Janeiro. Já cansei de dizer em programa de televisão, na tribuna, há dez, há vinte anos que as Forças Armadas não podem ser empregadas em tarefas policiais. Porque se existe Polícia Militar e Polícia Civil, as tarefas das Forças Armadas são absolutamente outras, que é a garantia, a sustentação da Pátria. Mas na nossa Constituição, no art. n.º 142 do emprego das Forças Armadas é previsto, em caso de extrema necessidade, por iniciativa de qualquer dos Poderes, o seu emprego para a manutenção da Lei e da ordem, e o Rio de Janeiro descambou para uma mazorca terrível, não há outra explicação, inverteram-se os papéis e as Polícias Militares e a Polícia Civil, perderam o domínio da Cidade e praticamente os traficantes, os drogados comandados por Fernandinho Beira Mar, que eu cansei de dizer, não o tragam para cá, entreguem-no para os Estados Unidos. Ele é um bandoleiro, ele é um criminoso, ele é um traficante internacional, tem os Estados Unidos, mas o trouxeram para o Brasil, e o pior, ele foi operado do seu ombro no Hospital das Forças Armadas. Como se entender isso? Ele comandou quase que tudo em Bangu I, por celulares, o que a Polícia não controla, não pode controlar o trânsito de informações. Então empregaram o Exército em desespero de causa, as Forças Armadas, melhor dito, sempre se referem ao Exército, porque ele é o mais volumoso, e nós, praticamente, açambarcamos Marinha, Aeronáutica e Exército, como que se falando em Exército, se falasse nas Forças Armadas. Mas não é justo. As Forças Armadas se fizeram presente. E o que é que se presenciou no Rio de Janeiro? Se presenciou o que sempre faz o Exército: atira para matar. Soldado atira para matar. Nunca treinei soldado que não fosse atirar para matar. Todo soldado atira para matar. É essa a lei da guerra. E o que se deu? Morreu um professor que, inadvertidamente, avançou em barreiras da PM, do Exército, e um destacamento militar prostrou-o. Agora, temos lá, tanques nas ruas, armamento pesado, é assim que a Força Armada atua. E não há outra resposta. Se querem empregar as Formas Armadas, é para matar. É atirar para abater. Não se atira para espantar nem para inutilizar, é para matar. Assim fomos treinados, para a guerra, e se nos empregam, não podem reclamar, de jeito nenhum! A nossa tarefa é essa. E, agora, vejo, no jornal: “Homens do Exército mataram a tiros, ontem, o professor de inglês Frederico Branco de Farias, na Zero Hora; 53 anos, em uma barreira militar, em Cascadura, Zona Norte da Cidade. Não mataram, não! Detiveram, avançou, atirou, matou. Não tem conversa fiada. Ou os senhores querem que as Forças Armadas vão para a cidade para se desmoralizar? De jeito algum! Já disse várias vezes, em televisões, e olha que funciono em televisões, e nunca ninguém me respondeu, as Forças Armadas empregadas, atiram para matar. Então, não a empreguem! Não a empreguem! Se desmoralizem como quiserem... Deixa a polícia ser tragada pelos traficantes, queimarem 25 ônibus, fazerem o que eles quiserem, e não nos chamem!

Nesta intervenção, eu quero deixar muito claro: empregou a Força Armada, ela atira para matar! Não reclamem depois! Não vão agora com baboseiras de jornal e de revistas e de programas dizer: “Ah! Mas não precisavam ter feito isso”. Não, tinha que fazer isso... Avançou a barreira, foi advertido e não travou, não se entregou: atira para matar.

(Aparte anti-regimental.)

 

Eu não sei o que V. Ex.ª é, parece juiz de futebol.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Tempo encerrado, nobre Vereador.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Deu! Deu! Deu, por quê? Não sei, eu não dei coisa alguma. Ele continua com suas exclamações de “deu”. Deu, não sei o que ele faz. Parece o Conde D’Eu!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vamos ao que nós podemos, como Vereadores desta Cidade, encontrar um caminho, encontrar uma solução para minorar o impacto que os tributos impostos têm sobre os munícipes de Porto Alegre.

O Prefeito João Verle anuncia que brevemente reencaminhará à Câmara Municipal a famigerada Taxa de Iluminação Pública. Eu até, Ver. Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT - o Ver. Marcelo Danéris teima em não ouvir -, mas é importante, porque era interessante que antes, propriamente, que o Sr. Prefeito encaminhasse para cá projetos de aumentos tributários, que V. Ex.ª, como Líder da Bancada do PT nesta Casa e expressão maior do governo petista na Cidade, fizesse uma consulta às bancadas para ver o grau de aceitabilidade, ou não, Ver. Zé Valdir, de um projeto que cria taxas e aumenta a carga tributária sobre os munícipes da cidade de Porto Alegre.

Eu quero dizer, e tenho conversado com Vereadores de oposição nesta Casa, e eles não querem ouvir falar em majoração de tributos na cidade de Porto Alegre. Até porque o aumento do IPTU de 25,31% já foi um brutal aumento praticado contra os munícipes de Porto Alegre, que estão em dificuldades para pagar o IPTU em nossa Cidade. Então, eu gostaria de fazer um apelo, nesta tribuna, ao Líder da bancada petista, aos representantes governistas, nesta Casa, que ponderem ao Prefeito João Verle de que não é de receptividade, neste momento, o encaminhamento de um projeto de criação da Taxa de Iluminação Pública na cidade de Porto Alegre. Até porque nós temos recursos para enfrentar as despesas relativas à iluminação pública na cidade de Porto Alegre.

Vejam que, já em 1990, no Projeto que tratou do IPTU já se falava em embutir uma parcela destinada à iluminação pública na Cidade. Em segundo lugar, Ver. Haroldo de Souza, isso é importante, nós estamos frente a um aumento de 30% na energia elétrica, V. Ex.ª sabia, não é Ver. Zé Valdir que vai aumentar 30% a tarifa de energia elétrica aqui no nosso Estado? Conseqüentemente, o aumento de 30% da tarifa acarreta também o aumento, porque aumenta a base, como tem a incidência do ICMS sobre a tarifa de energia elétrica e como tem o aparte do Município no ICMS, nós só dali vamos receber um forte aporte de recursos capaz de enfrentar problemas relativos a uma boa iluminação pública na cidade de Porto Alegre. Portanto, não é de bom alvitre, neste momento, abrir uma discussão que vai ser inócua, porque eu tenho a convicção de que as Bancadas oposicionistas, Ver. Cláudio Sebenelo - V. Ex.ª é Líder de uma das Bancadas - não vão tolerar aumentos, neste ano, nesta Casa, Ver. Pedro Américo Leal, V. Ex.ª sabe disso, a população está exaurida, está esgotada! Neste momento, nós acreditamos na sensibilidade, Ver. Pedro Américo Leal, em relação a essa situação. Basta! Chega de aumentos! Não à Taxa de Iluminação Pública! É o apelo que faço às bancadas de oposição desta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Ver. João Dib, que preside os trabalhos e preside esta Casa, demais Vereadores e Vereadoras, hoje em nome da Bancada do PC do B, em Comunicação de Líder, quero trazer uma opinião do Partido, através do seu Presidente Renato Rabelo, sobre o momento que vive o País, e principalmente, uma opinião sobre a política econômica que vige neste momento no País.

O PC do B é parceiro nesta caminhada do Governo Lula pelas transformações e entende que passos importantes já foram dados como na questão social, onde a lógica do mercado foi substituída pela lógica das necessidades do nosso povo e está consubstanciado na defesa de uma política de eliminação da fome neste País. Passos importantes foram dados na política internacional, onde o País passa a jogar um papel rumo à paz mundial, rumo à democracia e rumo a uma integração latino-americana e dos povos do mundo rompendo com a dominação imperial sobre o nosso País. Mas restam problemas graves no campo econômico e o nosso Partido entende que nesse campo ainda perdura um certo conservadorismo, que nós até compreendemos as razões pelo cerco que o grande capital nacional, internacional, financeiro exerce. Mas, ao mesmo tempo, entendemos que passos mais audazes precisam ser colocados. Disso é que trata este documento que passamos a ler, do Presidente do nosso Partido, Renato Rabelo, de 25 de fevereiro, terça-feira passada, que se intitula “Juros altos barram o desenvolvimento”. (Lê o documento.)

“O Brasil clama pela retomada do desenvolvimento, pela inauguração de um novo ciclo de crescimento econômico.

Desenvolvimento que gere emprego, distribua renda e afirme a soberania dentro de um projeto nacional que amplie a democracia e contemple os interesses populares. Em torno desse Projeto concretizou-se a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. A retomada do desenvolvimento é o anseio da Nação brasileira, é o caminho para superar a perversa herança deixada pela orientação neoliberal com a sua marca de estagnação econômica e desemprego.

Gerar desenvolvimento e emprego é questão da maior magnitude política, pois influencia diretamente a consolidação mudancista do Governo, das forças democráticas e progressistas. Um novo ciclo de crescimento requer a superação gradual, no atual quadro de força dos fatores que obstaculizam o desenvolvimento nacional. Demanda mais investimento nos setores produtivos e melhores condições de crédito.

Na contramão dessa expectativa, nos seus primeiros quarenta dias o Governo já elevou por duas vezes a taxa de juros. Isso quando o Brasil ostenta uma das maiores taxas de juros do mundo e também a maior taxa de intermediação financeira (spread de 30%) praticada pelos bancos. Grande parte do Orçamento da União está comprometida com o pagamento dos juros e há uma tendência internacional quase unânime para baixar as taxas de juros, como tentativa de enfrentar a recessão.

A elevação das taxas de juros produz o contrário do desenvolvimento desejado. De imediato, aumenta a dívida pública, perpetua a estagnação econômica e eleva o já altíssimo desemprego. Tira do Estado qualquer capacidade de ajudar na retomada do crescimento econômico. Acaba por produzir mais inflação, combatendo-a apenas topicamente.

A atual equipe econômica, nos parece, comete um equívoco na avaliação das causas reais da inflação que estão ligadas ao câmbio, às tarifas de energia elétrica e telefonia (preços administrados) e ao preço do transporte”.

Por falta de tempo, abrevio. “Os juros altos beneficiam enormemente o capital financeiro, em detrimento do capital produtivo e comercial, dos trabalhadores e dos setores médios da sociedade que compõem a ampla maioria da Nação – cujas entidades representativas manifestam, uma após outra, sua contrariedade com as decisões do Banco Central de elevação da taxa básica, que, em dezembro, ainda no Governo de Fernando Henrique Cardoso, foi de 22% para 25% ao ano e, desde então, passou para os 26% atuais, o maior patamar desde maio de 1999.

A continuidade de tal orientação poderá gerar uma nova crise, como tem acontecido repetidamente, tornando mais difícil a construção de uma alternativa de desenvolvimento – o caminho da mudança necessário para garantir o êxito do Governo Lula, no qual estamos todos empenhados”.

Fica a manifestação do PC do B, que é parceiro nessa construção, mas também tem o compromisso de trazer a sua opinião crítica quanto à política econômica que, nesse momento, o nosso Governo desenvolve. Entendemos que a disputa se dá na sociedade e se dá no Governo, e o PC do B tem a hombridade de trazer a esta Casa a sua opinião. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Tempo Especial, de acordo com o art. 94, § 1.º, letra “g”, do Regimento. O Ver. Dr. Goulart representou a Câmara Municipal de Porto Alegre no júri de Carnaval.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente João Antonio Dib, muito agradeço a permissão dessa comunicação. Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, foi com muita satisfação que pude integrar, organicamente, mais uma vez, o querido carnaval de Porto Alegre. Dessa vez com uma missão bastante difícil, que é ser jurado, avaliador de carnaval. Principalmente para um homem político, principalmente quando as paixões humanas podem não compreender as determinações técnicas que nos levam a julgar de maneira sincera os quesitos, o certame desse campeonato, dessa apresentação da cultura, que é uma festa, mas que também pretende retirar, depois dos desfiles, o melhor, o que se apresentou melhor.

Tivemos gratas surpresas, belas e boas surpresas, mostrando que o carnaval de Porto Alegre cresce mais e mais. A passagem de algumas escolas, como a Fidalgos e Aristocratas, que fez um carnaval muito bonito; a Embaixadores do Samba, que fez um carnaval inesperadamente belo; o Império da Zona Norte, que veio muito alegre. O carnaval em si apresentou um equilíbrio entre as escolas. Difícil sabermos exatamente quem deverá ser a campeã, tamanha a qualificação de cada entidade.

Mas tivemos problemas no carnaval. O belo foi o desfile das entidades, mas o fenômeno administrativo ainda atrapalha demais essa festa, atrapalha demais o carnaval e nos deixa preocupados, imaginando por que uma festa genuinamente popular, uma festa de brancos e de negros, é descuidada. Não é tão cuidada. Não tem os rompantes administrativos de tapetes vermelhos como seria necessário para uma festa de esperança, para uma festa de fantasia, para uma festa de ilusão como é o carnaval.

Onde começaram os problemas? Onde? Aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre. De que maneira a Administração tratou o assunto “convites para os Vereadores”? De uma maneira inusitada, de uma maneira perplexa. Era necessário que os Vereadores encaminhassem para o Executivo um memorando dizendo que queriam ir ao carnaval, como se não fosse até quase uma obrigação o Vereador estar num carnaval. E se por acaso houvesse uma falha nessa comunicação? Nesse desvio administrativo, retrógrado, que faz voltar para trás uma intenção, os Vereadores teriam de dizer que queriam ir. Até o computador, quando se vai deletá-lo, pergunta se você tem certeza que quer deletá-lo; até o computador, que é uma máquina maravilhosa, mas burra. Claro que algum um ou outro gabinete não se arranjou a tempo para mandar o famigerado memorando, pedindo para entrar na festa do carnaval, para comparecer no camarote dos Vereadores; e aí alguns Vereadores telefonaram à Administração e um determinado rapaz, que conheço das lides carnavalescas, pois uma vez foi Rei Momo, o Fábio Verçosa, disse: “O que eu tinha de mandar eu já mandei”. É evidente que alguns Vereadores ficaram de fora dessa festa. É evidente que o Vereador que não tinha se organizado por uma falha administrativa não conseguiu os ingressos para comparecer ao camarote dos Vereadores, e isso é errado. Isso é uma falta de consideração. Com quem? Com os fiscais de um acontecimento. Porque é uma festa, mas é uma festa administrativa e que tem de ter o mesmo cuidado que qualquer manifestação do Executivo, que é a festa do carnaval. Mas eu tive sorte, eu havia sido convidado para ser jurado e então eu pude participar por outro viés da festa que tanto me interessa na cultura popular.

E como foi o desfile? O desfile foi uma reclamação muito grande da festa contra a pista monstrengo que se eleva todos os anos, e existem algumas coisas que a gente tem que pensar a respeito dessa pista. Primeiro: parece que não existe vontade administrativa de sair o que foi determinado aqui por uma Comissão Especial desta Câmara, que é a localização e a implantação da nova pista de eventos. E neste momento não nos interessa mais o local, desde que seja bom; não interessa a distância que tenha. Temos é que fazer a pista de eventos. Ou vamos esperar que venha um cavaleiro andante de outras fronteiras, como Brizola fez no Rio de Janeiro e construa aqui na nossa terra, que também ama o carnaval como o Rio de Janeiro, a pista de eventos? Foi necessário que um gaúcho fosse para o Rio de Janeiro e fizesse o sambódromo do Rio de Janeiro. Será que nós estamos esperando por isso? Não, nós temos que ter vontade política e construir a nossa pista de eventos, e agora já não interessa mais onde, desde que o lugar seja bom, porque as distâncias são as mesmas para todas as pessoas. Os deslocamentos através dos meios mais modernos podem levar todo o mundo a qualquer instante para qualquer lugar. Que saia a pista! Por quê? O que nos preocupa? Cada vez que é levantado esse equipamento, é desembolsada uma soma do dinheiro da Prefeitura, portanto, do dinheiro do povo e que, desnecessariamente, é aplicada da maneira mais vária. Por mais que nós cuidemos desse valor, alguma coisa se dispersa dos caminhos administrativos. E aí não fica tão transparente, não fica tão cuidado. Chega de ter que levantar a pista com um dinheiro fabuloso que se gasta todos os anos e que poderia ser implementado dentro da nova pista de eventos, dentro do novo Sambódromo. E aí nos preocupa muito! Será que há algumas forças muito grandes e intestinas que não querem que isso aconteça, que querem ver todos os anos o dinheiro sendo distribuído de uma maneira ou de outra? Não estou dizendo que há desonestidade, mas que o desejável seria que isso não acontecesse.

A pista de eventos ontem apresentou uma queixa lamentável. O Estado Maior da Restinga não pôde participar entre as primeiras desejantes do título deste ano. Por quê? Porque um grande carro, um maravilhoso carro quebrou na concentração e isso impediu que outros dois maravilhosos carros pudessem por ele passar. Não há local de concentração adequado para o grande carnaval de Porto Alegre, um carnaval quase parecido, em alguns momentos do seu desfile, com o do Rio de Janeiro em qualidade, em quantidade e extensão. Quebrou um carro e destruiu o carnaval da Restinga por um mero capricho, porque nunca sai uma pista tecnicamente desejável como o carnaval precisa, neste momento, em Porto Alegre, um carnaval que absorve São Leopoldo, Novo Hamburgo, Gravataí, Alvorada, uma série de cidades vizinhas e faz uma festa maior. Como é que um carro estragado não tem situação técnica para ser afastado, para ser retirado e deixar passar os outros carros que provavelmente levariam essa entidade a tentar disputar o título? Maldade dessa pista de eventos, falta de vontade administrativa, falta de vontade política, e eu posso pensar: será que é preconceito contra o povo porque a maioria dos desfilantes são negros? Reflitam, porque qualquer outro evento acontece no seio da nossa Cidade e ninguém reclama. É o Fórum Administrativo com o seu movimento imenso! É o 20 de Setembro, com o seu movimento imenso! E quando toca para ser o carnaval, estraga um carro, passa rebocado, como se fosse um ente monstruoso e doente, na frente de todo aquele povo que esperava uma manifestação de alegria, uma manifestação de beleza, uma manifestação da genuína cultura popular!

Por favor, pista de eventos já! Que seja uma parceria desta Câmara, na cobrança do Executivo! Não dá mais para continuar ali, a não ser que houvesse grandes modificações. E como barracões não podem ser elevados ali, naquela posição onde está hoje a pista de eventos, que seja num lugar indicado pela Câmara dos Vereadores!

Sr. Prefeito, nos ouça na saúde, nas coisas que vão mal, mas não esqueça da cultura, não esqueça dos brancos e dos negros do carnaval de Porto Alegre! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, senhoras e senhores. Ver. Isaac Ainhorn, eu acho que vamos ter mais um na nossa fileira contra os aumentos. V. Ex.ª deve ter recebido na sua mesa aí esse manifesto do PC do B, assinado pelo seu Presidente, Renato Rebelo - Presidente do Partido Comunista do Brasil -, onde diz aqui. (Lê.) “Na contramão dessa expectativa, nos seus primeiros quarentas dias, o Governo já elevou por duas vezes as taxas de juros. A atual equipe econômica, nos parece, comete um equívoco na avaliação das causas reais da inflação que estão ligadas ao câmbio: as tarifas de energia elétrica, telefone, preço administrado. Esse Governo pulou de 22% para 25% e, desde então, passou para 26,5%”.

Da forma que vai, Ver. Isaac Ainhorn, nós vamos ter um aliado nessa nossa luta, que é o Ver. Raul Carrion, porque ele já está sentindo que os juros estão muito altos. E eu tenho um Projeto na Casa, que foi protocolado, mais ou menos, por 28 de junho de 2002, uma exposição de motivos, que é o Projeto de Lei n.º 0139/02, que veda no Município de Porto Alegre a cobrança da contribuição de iluminação pública; que, por sinal, nós já derrubamos aqui e que serviu de exemplo para várias cidades do interior: Caxias do Sul, Santa Cruz, entre outras.

Mas, depois, nós fomos ver o embate entre as companhias de energia elétrica e os municípios. Nós fomos ver, e muitos municípios devem estar arrependidos, Ver. Luiz Braz, porque votaram para essa taxa - que veio com o nome de contribuição, já várias vezes na Justiça -, e estão sentindo que era só para pagar aquela conta que estavam devendo às companhias elétricas.

Então, é um Projeto que tem Parecer da Procuradora-Geral da Casa, até porque a lei entende que, ao apresentar o Projeto de Lei, nós não estamos entrando na competência do Executivo, pois a esse cabe instituir o tributo, mas a autorização para a cobrança depende deste Legislativo, portanto, está dentro dessa Lei. Lembramos, ainda, que ao povo cabe eleger seus representantes, delegando uma parcela de poder a esses, exatamente, para promover a vontade popular que disse, no ano passado, não ao Imposto Progressivo, nesta Casa, e está dizendo não a uma taxa que já sofreu vários impedimentos por decisões judiciais e que agora, com o nome de contribuição, o Executivo espera tornar legal, através de uma simples mudança de conceito. Ao aprovar essa matéria, esta Casa Legislativa estará dando importante passo, vetando uma medida que atinge diretamente o comércio, a indústria e o cidadão, e, ao mesmo tempo, fazendo prevalecer a hierarquia do Poder Municipal sobre assuntos locais.

Portanto, quando eu fiz essa exposição de motivos, só para que V. Ex.as tenham uma idéia, a carga tributária estava em 34,36%; hoje essa carga tributária está, Ver. Pedro Américo Leal, a mais de 36%. A toda hora está nos jornais que o Executivo vai mandar para cá, então, vamos nós decidir uma das poucas coisas que nós decidimos no ano passado nesta Casa que foi essa taxa, ou contribuição, como queiram, de energia elétrica no município de Porto Alegre.

Essa cobrança que vai tocar no bolso do comércio, do assalariado, da indústria, pega todo mundo. Portanto, nós devemos nos antecipar ao Executivo, mostrar a força do Legislativo, para que possamos mostrar aqui - como fizemos aí -, que a oposição está atenta, muito atenta, Ver. Isaac Ainhorn. E, num momento como esse, nós sempre estivemos juntos, firmes, coesos no interesse. É uma pena que nós não possamos deliberar sobre o IPTU, sobre a água – que teve agora teve um aumento de 30%, e sexta-feira na Comissão de Defesa do Consumidor, da qual este Vereador é Presidente, com a presença dos Srs. Vereadores, nós vamos ouvir as explicações do DMAE.

Portanto, esta Casa tem de participar mais. Temos de recuperar as prerrogativas deste Legislativo, porque a sociedade muitas vezes pensa que somos nós que aumentamos o IPTU, que aumentamos a água, que aumentamos as passagens dos ônibus. Portanto, precisamos ter a liberdade, no voto deste Plenário, de dar a nossa contribuição à sociedade, ao povo de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Apregôo Emenda n.º 03, de autoria do Ver. João Carlos Nedel ao Projeto de sua autoria que estabelece o § 4.º, com a seguinte redação: “Fica autorizada a criação de pontos fixos a critério da EPTC, em locais de interesse turístico no município de Porto Alegre.” Refere-se ao PLL n.º 033/01.

A Emenda está validade pelo Ver. Pedro Américo Leal, Líder do PPB.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Antonio Dib, Presidente desta Casa, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, senhoras e senhores, só quem conhece outras regiões próximas aqui de Porto Alegre, como é o caso de Florianópolis e de Curitiba, que são Capitais também aqui da Região Sul, é que pode afirmar o que vou afirmar aqui da tribuna: Curitiba e Florianópolis tiveram um progresso imenso, dentro de uma outra visão administrativa. Porto Alegre, com essa visão dos administradores locais, ligados ao Partido dos Trabalhadores, praticamente, Ver. Pedro Américo Leal, estagnou. Porto Alegre, infelizmente, se nós compararmos com as outras Capitais aqui do Sul, nós vamos ver que, em matéria de progresso, progrediu muito menos do que as outras, e por um simples detalhe: os administradores daqui se preocupam muito mais em fazer propaganda do pouco que fazem. Fazem muito pouco, mas fazem muita propaganda daquilo que fazem. Eu vou dar algum exemplo já trazido pelo meu amigo Ver. Dr. Goulart, que é o problema do sambódromo. Essa promessa do sambódromo é muito antiga. E eu lembro que já fizemos aqui vários pronunciamentos dizendo que se a Administração petista escolhia uma região para colocar o sambódromo, a escolhia porque sabia que ali não poderia colocar. Assim aconteceu aqui com o Parque da Harmonia, aconteceu ao lado do Beira-Rio. Foram várias regiões que foram apontadas pelo PT, mas exatamente aquelas regiões que eles sabiam que não poderia ali construir. No momento em que indicou uma região, a qual não tinha nenhum tipo de problema para a construção, e trouxe o Projeto aqui para a Câmara pensando que a Câmara não fosse aprovar o Projeto, mas se deu mal o Administrador porque a Câmara aprovou a construção desse tal sambódromo lá na região do Porto Seco, foi só nós aprovarmos, aprovando os recursos, porque os recursos estavam no Orçamento do ano passado, ninguém mais fala em sambódromo. Parece que agora não existe mais. O dinheiro que foi aprovado para o sambódromo, no ano passado, ninguém nem fala o que aconteceu com ele. E para este ano, eu não estou vendo nenhum movimento, passei no Porto Seco várias vezes, fui naquelas regiões todas ali e não vi absolutamente nada, nenhum movimento para a construção do sambódromo. Essa é uma promessa não-cumprida e que deixa nossa Cidade diferente de tantas outras cidades que já possuem um local para o desfile.

Mas, muito pior que isso, é o problema da saúde, Ver. Dr. Goulart, V. Ex.ª que é um especialista juntamente com o Líder da minha Bancada, Ver. Cláudio Sebenelo, que também é especialista nessa área. Há quanto tempo ouvimos notícias de que o Pronto Socorro, nessas ocasiões de festas como é o carnaval, encontra-se completamente lotado, não podendo aceitar mais ninguém. É uma tragédia, Ver. Haroldo de Souza, porque se acontecer algum problema nas imediações de Porto Alegre, o Pronto Socorro não terá condições de receber mais ninguém por ocasião de uma festa como essa, que é o carnaval. Hoje, o noticiário de todas as emissoras dizia exatamente isso: o Pronto Socorro não tem condições de receber mais ninguém. E há quanto tempo, Ver. Pedro Américo Leal, discute-se a colocação de um pronto socorro lá na Zona Sul da Cidade. Que nós possamos, realmente, dar o melhor atendimento em outras regiões. E eu não falo nem na nossa região, Ver. Dr. Goulart, que é a Zona Leste da Cidade, que é completamente desprovida de tudo, mas estou falando na Zona Sul, que é uma zona maior do que a nossa, que compreende também a Restinga. Ninguém, absolutamente ninguém conseguiu fazer nada pela saúde naquela região. As promessas vêm de muito tempo, e eu quero que uma só pessoa venha a esta tribuna para me desmentir e dizer que não houve essas promessas, que nós não ouvimos esses discursos e que a situação não é exatamente a descrita por este Vereador. Infelizmente, há 16 anos de atraso em Porto Alegre.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib; Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, público que nos acompanha pela TVCâmara, vários Vereadores vieram à tribuna tratar de uma série de assuntos. Eu gostaria de tratar deles também, mas vou começar pelo pronunciamento do Ver. Luiz Braz, já que foi o último, e a memória está “fresquinha” ainda para quem o assistiu. O Ver. Luiz Braz diz que há 16 anos de atraso em Porto Alegre, quando, na verdade, Porto Alegre é a Capital referência nacional, o que ele não enxerga. Mas, tudo bem! Ele fala do atraso e cita como exemplo, Ver. Carlos Pestana, Curitiba. Para piorar a situação ainda, além de ele estar elogiando mais Curitiba do que a sua própria Cidade, que é Porto Alegre, da qual ele é Vereador, ele cita, por exemplo, o sambódromo, que Curitiba não tem, e sequer está planejando fazer. Porto Alegre está fazendo um sambódromo! A Capital exemplo, do Ver. Luiz Braz, Curitiba, não tem sambódromo. Então, Porto Alegre já está, Ver. Luiz Braz, à frente de Curitiba, inclusive com relação ao sambódromo, Ver. Dr. Goulart.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Há um Vereador na tribuna. Eu solicito a atenção dos Srs. Vereadores.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: O Ver. Luiz Braz visitou bastante Curitiba e esqueceu de visitar Porto Alegre. Nas próximas férias, pode ficar em Porto Alegre para conhecer melhor a Cidade. Saberá que aqui tem sambódromo já em execução, e Curitiba, nem isso.

Eu gostaria também de tratar de outro assunto, Ver. Dr. Goulart. Eu tenho enorme respeito pelo senhor, mas tenho aqui os ofícios da Direção-Geral da nossa Câmara de Vereadores, que dava o prazo para os Vereadores confirmarem suas presenças nos desfiles de carnaval. V. Ex.ª se atrapalhou nas suas agendas, como V. Ex.ª mesmo disse. O prazo dado era até o dia 20. Como vários Vereadores não conseguiram até o dia 20 confirmar a sua presença, o prazo foi estendido até o dia 27. No dia 27, na última Sessão que tivemos aqui - estava eu aqui presente, o senhor também estava, quando todos os Vereadores voltaram a confirmar; outros não tinham confirmado, outros confirmaram de novo -, confirmaram-se os convites para ir à festa...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Parei o seu tempo, Vereador. Solicito a atenção ao Vereador que está na tribuna. Não são permitidos apartes regimentais e muito menos anti-regimentais.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Vários Vereadores confirmaram as suas presenças no dia 27, sete dias depois do prazo, e de novo assinaram o recebimento dos convites. O senhor estava na Sessão, era só ter confirmado de novo. Não entendi a confusão. V. Ex.ª ainda jogou toda a culpa lá na pista de eventos, da qual o senhor foi partícipe na escolha do local, na definição do projeto e tudo mais. E está em andamento a pista de eventos pela qual nós lutamos todos juntos e fomos favoráveis, e que estamos fazendo, diferente de Curitiba, que não tem pista de eventos.

Já o Ver. Isaac Ainhorn traz aqui o debate sobre a contribuição da iluminação pública, Ver. Juarez Pinheiro. Ora, que facilidade em fazer debate aqui!. O Partido do Ver. Isaac Ainhorn, que fez o acordo nacional pela contribuição de iluminação pública, aprovou a contribuição nas suas prefeituras em todo o Estado. Aqui, ele não é governo e vem fazer debate, vem fazer discurso sobre a Taxa de Iluminação Pública, aprovada e assinada por todos os Partidos. A primeira prefeitura que aprovou a Taxa de Iluminação Pública foi uma prefeitura do PDT. O Ver. Isaac Ainhorn traz também o debate sobre o IPTU e o IGP-M. Ver. Isaac Ainhorn, eu gostaria de mostrar o substitutivo feito por V. Ex.ª em 1999. O Ver. Isaac Ainhorn insiste em não me ouvir, mas eu vou ler, de qualquer maneira. Diz a exposição de motivos assinada pelo Ver. Isaac Ainhorn sobre o IPTU e o IGP-M: “O índice de IPTU, de 20% aproximadamente, pelo IGP-M, em 1999, por si só já constitui ônus para os munícipes, mas não temos condições de deixar de aplicá-lo, conquanto não podemos comprometer as receitas municipais.” Não é dito pelo PT, é dito pelo Ver. Isaac Ainhorn, que diz, na sua exposição de motivos, que há que aplicar o IGP-M, no Substitutivo aprovado pelo Ver. Isaac Ainhorn. Vamos deixar de fazer o discurso fácil aqui e vamos lembrar: o PDT, do Ver. Isaac Ainhorn, é o primeiro que aprova Taxa de Iluminação Pública. O Ver. Isaac Ainhorn fala contra o IGP-M, mas ele faz um Substitutivo defendendo o IGP-M, mas ele não fala em tirar, por exemplo, o IGP-M, aplicado ao aumento bimestral dos servidores municipais. Aí ele cala, não fala nada sobre o assunto. O mesmo, Ver. Cassiá, serve para as Prefeituras do PTB, que assinaram o documento criando a contribuição de iluminação pública nacional e estadual. As Prefeituras do PTB já aprovaram; como aqui não são Governo, fazem o debate contrário. Então, nós temos que ter coerência, assim como o PMDB do Ver. Sebastião Melo tem que ter. Aqui ele bate no DMAE, mas não fala nada da Corsan, do PMDB, é Presidente e Diretor e já anunciou o aumento da água para todo o Estado a partir de março. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu peço aos Srs. Vereadores que se mantenham tranqüilos no Plenário para que o Vereador na tribuna possa expor os seus pensamentos.

A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, nossa Sessão da Câmara acontece numa Quarta-feira de Cinzas, quando o Brasil, na sua quase totalidade, ainda vive, no caso das regiões como a Nordeste, na folia, ou aqui em Porto Alegre, onde a população tendo saído pela manhã da Avenida, espera o resultado do concurso das Escolas. Nessa realidade, o clima que nos envolve ainda é um clima, por um lado, de reviver este momento típico e único do Brasil e, por outro lado, já o “assumimento” da nossa responsabilidade parlamentar de prosseguir a discussão dos Projetos em Pauta, a avaliação dos problemas da Cidade, e o acompanhamento das lutas da sociedade, que, no caso brasileiro, de uma forma impressionante, ao contrário do que muitos imaginam, não morre no carnaval.

Eu não estava em Porto Alegre nesses dias, mas fiquei muito impressionada com o peso que teve, nos enredos das Escolas, nas fantasias, o tema da paz. Acompanhando, também, pela televisão, os desfiles do Rio de Janeiro e de Salvador, fiquei impressionada com essa capacidade de lideranças do mundo da cultura, da música e dos apresentadores das televisões que cobriam o carnaval, que, em horários nobres, como fez a Daniela Mercury, por exemplo, parar o trio elétrico e pedir a unificação da energia do País contra os bombardeios que já se iniciaram no Iraque. Acho que essa capacidade que tem o Brasil, de poder conciliar a luta da sua população e de expressar, em todos os momentos do ano, quer seja no trabalho, na vida, na sua comunidade, ou nos momentos mais expressivos da cultura brasileira, seu sentimento pacifista e de diversidade, talvez, nos coloque como brasileiros, hoje, em uma situação de absoluta responsabilidade e também em posição de destaque no cenário mundial, quando num processo de globalização como o que vivemos hoje, as iniciativas que têm visibilidade em um país, terminam não apenas repercutindo no País, mas no mundo inteiro.

Dentro desse mesmo sentimento, que é muito forte na sociedade brasileira, e que se reflete nas instituições, a CNBB anuncia o tema de sua Campanha da Fraternidade deste ano, que é a Defesa da Terceira Idade. Acho que foi uma decisão absolutamente importante, considerando o estado de vulnerabilidade que vive a maioria dos idosos brasileiros e o quanto é necessário desenvolver, nas pessoas, em todas as fases de sua vida, o respeito pelas pessoas que tiveram o privilégio de viver mais. Eu queria, neste retomar dos trabalhos desta Casa, fazer um repensar da situação que vivemos, sob uma ótica de construção desse mundo novo que hoje se conforma na sociedade e que extrapola muito, muito mesmo, as instituições já vigentes.

Eu acho que essas são formas de fazer política que a sociedade brasileira está construindo e que, seguramente, está conformando com ele novos paradigmas. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Agradeço a V. Ex.ª pela deferência para eu poder fazer o registro e, mais ainda, ao Ver. Carlos Alberto Garcia, Líder do PSB, que se encontra na tribuna, da presença nesta Casa do ex-Vereador e ex-Deputado Federal Nei Ortiz Borges que visita hoje esta Casa e está aqui presente.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu saúdo ao Vereador, Deputado Federal, meu ex-colega Nei Ortiz Borges pela presença. Saúde e paz, meu querido amigo Nei Ortiz Borges. V. S.ª é bem-vindo à Casa que é sua também.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Prezado Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, também me congratulo com o ex-Vereador e ex-Deputado Nei Ortiz Borges que visita esta Casa.

Mas hoje terminou o carnaval e ontem tivemos a oportunidade de ver o Ver. Reginaldo Pujol sambando na avenida e hoje começamos um novo tempo. Esse tempo que é o tempo de Quaresma ao mesmo tempo em que a Igreja Católica inicia hoje a Campanha da Fraternidade com o tema muito feliz e que alguns Vereadores já abordaram aqui que é a questão do Idoso. Feliz daqueles que podem se espelhar nos idosos, ver a sua trajetória de vida e dizer que eles não passaram em vão nesta terra. Hoje, no nosso País, 8,8% da população é constituída de pessoas idosas. Mas um detalhe: até o ano de 2020 e falta pouco, 17 anos, não parece muito e é rápido o tempo, ele voa, no ano de 2020 o nosso País terá aproximadamente 30 milhões de pessoas idosas. E mais do que nunca então, esse é o momento oportuno de se refletir, de saber de que forma esses idosos estão inseridos na sociedade.

Então seria interessante nós verificarmos de que forma estamos cuidando dos nossos idosos, qual seja, primeiramente, na nossa família, nos nossos vizinhos, na nossa sociedade; qual a preocupação nossa? Porque é certo que na terceira idade as pessoas mais do que nunca estão propensas a doenças, e se estão propensas a doenças, precisam uma atenção diferenciada. E nós sabemos que no nosso País cuida-se muito pouco do idoso, porque as dificuldades que nós temos em relação à saúde é enorme, não é como nos países desenvolvidos que as pessoas têm uma assistência digna. É também comum no nosso País, por não termos a cultura de cuidar do velho, de cuidar do idoso, muitas vezes, eles ficarem isolados sem ter o contato com a família, e muitas vezes são jogados para as entidades beneficentes, carentes, que cuidam do idoso, mas ficam lá num depósito. Então, é importante que nós possamos resgatar e discutir essa dignidade, de saber que nos países desenvolvidos são os idosos que mais têm direito ao lazer, porque já usufruíram e contribuíram para a sua vida. Mas nós, ainda, aqui, temos um sistema, em que, por incrível que pareça, os idosos, com o pouco que recebem, muitas vezes são mantenedores ainda de seus filhos e de seus netos, porque nós somos um País que ainda não produz trabalho.

Então, queremos parabenizar a Igreja, como um todo, por fazer com que nesses 40 dias a sociedade brasileira reflita sobre a questão do idoso, e pensamos: hoje são quinze milhões, até 2020 vamos ser trinta milhões, e todos eles merecem o nosso respeito, o nosso carinho e, principalmente, a dignidade que cada um construiu ao longo de sua vida. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta Casa, Parlamento da Cidade, reafirma nesta quarta-feira de cinzas uma tradição. Nós estamos aqui com 28 Vereadores que já assinalaram a sua presença no painel que registra a assiduidade dos Vereadores da Casa. Ver. Dr. Goulart, V. Ex.ª ficou na passarela do samba até cerca de 8h30min, eu pude testemunhar, na sua missão de jurado de carnaval, e está aqui com gravata colocada, sorriso e junto com V. Ex.ª mais 27 colegas. Esse é um fato que ninguém registra. Se hoje eventualmente, por uma razão qualquer, Ver. Pedro Américo Leal, nós não tivéssemos vindo aqui, certamente iriam registrar que não houve quórum na Câmara Municipal na Sessão de Quarta-feira de Cinzas, porque os Vereadores ainda estavam envolvidos com o carnaval. É lógico que os assuntos que predominam no dia de hoje ainda têm a ver com o carnaval e as suas conseqüências, ainda que, Ver. Luiz Braz, eu esteja muito mais preocupado com o que ocorreu no sábado. O que era esperado efetivamente ocorreu e ocorreu para pior. Eu chamo a atenção do Ver. Luiz Braz, porque eu sei que juntamente com o Ver. Sebastião Melo eles estão numa cruzada desde o ano passado para ver se contêm essa fúria do Departamento Municipal de Águas e Esgotos que consegue um recorde ao aplicar um reajuste da tarifa de água acima de 30%, não são mais os 24%, os 25% do reajuste do IPTU. Deixaram acumular mais um pouquinho para colocar o IGP-M, não o IGP-M de um ano, mas de 13 meses que chegou a esse índice efetivamente perverso. Então, quando nós estamos discutindo se a pista de eventos vai ser ou não construída, vai ter condição de ser utilizada no próximo ano, conforme anunciou o Prefeito Verle de forma muito afirmativa, não deixando dúvidas de que seria a última vez que o Carnaval iria se desenvolver aqui na Augusto de Carvalho, onde tem uma série de percalços que evidentemente não vou me referir até em homenagem à minha querida amiga Margarete Moraes, que hoje retoma o seu mandato aqui na Câmara. E aqui quero prestar uma homenagem, porque foi uma dedicada Secretária de Cultura do Município, muitas vezes, eu entendo, incompreendida até pelo seu próprio Governo. Mas eu fiquei muito assustado com o anúncio do Prefeito, porque eu tenho buscado informações junto à Secretaria de Planejamento do Município, à SMOV a respeito do projeto do sambódromo e as respostas são de que ainda está em formulação. Então, nós temos cerca de 10 meses até o próximo evento carnavalesco e aí se anuncia: “vai ser feito lá”. Mas, como é que vai ser feito lá? Com que recurso? Os recursos do Orçamento para essa finalidade são ínfimos, Ver. João Bosco, V. Ex.ª que é outro “astro” do carnaval de Porto Alegre. Então, eu não quero de maneira nenhuma fazer uma crítica amarga ao Prefeito Verle, que eu acho que fez com que essa Administração procurasse fazer o máximo possível nesse período, para contornar as dificuldades crônicas e já históricas dos nossos eventos da cidade de Porto Alegre. Mas acho que o Prefeito Verle, com todo o carinho e respeito que tenho por S. Ex.ª como ex-colega aqui da Casa, se precipitou um pouco. Eu, quase que concomitantemente, ouvia todos os dias aquela conversa do Partido dos Trabalhadores, muito bem-montadinha, na televisão, dizendo que estão reformando a casa, que tem que ir devagarinho, etc. e tal, porque casa se reforma devagar, sem pressa. Eu espero que o Prefeito reforce o Orçamento com relação à pista de eventos e que efetivamente se engaje num processo de dar essa condição objetiva de se fazer o carnaval fora da Augusto de Carvalho, para que nós não tenhamos um problema a mais. Lamentavelmente, o Governo do Partido dos Trabalhadores, aqui em Porto Alegre, tem-se caracterizado antecipadamente a não ter pressa: atrasa a Perimetral, atrasa a Juca Batista, atrasa tudo que é obra, porque eles fazem sem pressa. Espero que desta vez não exista açodamento, mas exista responsabilidade de não jogar o carnaval lá no extremo Norte de Porto Alegre sem a mínima infra-estrutura, sem a mínima adequação à finalidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 3838/01 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 008/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que inclui parágrafo no art. 19 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. (carta-contrato)

 

Parecer:

- da Comissão Especial: Relator Ver. Nereu D'Avila: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- discussão geral nos termos do art. 130 do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 05-3-03.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PELO n.º 008/01. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, protocolei este Projeto em outubro de 2001, portanto, ele tramita na Casa desde essa época, Sr. Presidente. Digo que V. Ex.ª foi o maior inspirador deste Projeto, por tudo o que acompanhei aqui na tribuna, a sua forte crítica, eu que sou um Vereador de primeira Legislatura, quanto à má utilização das cartas-contrato por parte do Governo Municipal.

A nossa Constituição Federal, Ver. Cassiá Carpes, é de uma clareza meridiana. O acesso ao serviço público tem de ser via concurso, essa é a regra para os entes federados. Todavia, existe a figura da carta-contrato, quando se trata de uma questão emergencial. Então a regra excepciona dizendo que, quando há uma emergência, a Prefeitura, ou qualquer prefeitura, pode fazer a contratação. O que temos presenciado aqui, em Porto Alegre, é que, na verdade, não tem sido uma exceção; tem sido, quotidianamente, a utilização das cartas-contrato. Isso fere o princípio da boa transparência da administração pública, razão pela qual nos incentivou todo esse debate, a fazer com que nós protocolássemos este Projeto. Alguém há de dizer, e com certeza dirá desta tribuna: “Mas não é necessário este Projeto, porque a própria Constituição veda.” Mas ele tem um detalhe, Presidente Dib, que é muito importante. Ele traz modificação na Lei Orgânica, e diz: (Lê.) “Ficam terminantemente proibidas as contratações sob forma de carta-contrato ou similares e o Poder Público Municipal, na Administração Direta e Indireta, somente poderá realizar contratação emergencial de pessoal, a qualquer título, mediante expedição de correspondente Decreto de Estado de Emergência no município de Porto Alegre.” Então, se existe uma questão emergencial, Ver. Haroldo de Souza, o Prefeito então decreta. Nós estamos vivendo sob emergência por essa e esta razão e, portanto, eu vou contratar, por intermédio das cartas-contrato, porque estamos num regime de emergência.

Então, este debate fortalece, na minha avaliação, a fiscalização do Executivo; ele faz com que coloquemos um freio, de uma vez por todas, no Executivo, que tem um discurso muito jeitozinho de transparência, mas que, na verdade, na prática, não difere muito dos governos liberais, são todos iguais: aumento de impostos aqui, aumento de taxas ali, contratação sem concurso acolá, companheirinho para cá, companheirinho para lá, entendeu? Essa tem sido, de certa forma, a regra aqui na cidade de Porto Alegre.

Então, Presidente, pelo acúmulo de debate que teve esta Casa, especialmente - eu diria mais uma vez – liderado, na maioria das vezes, por V. Ex.ª, eu acho que este é um bom Projeto, um Projeto que contribuiu e que, no mínimo, mostrará ao Prefeito que há parâmetros, regras, Lei Orgânica, Constituição. Nós não queremos tornar a Prefeitura ingovernável. Não! Nós achamos que ela cumpre um papel, deve haver um respeito entre os poderes, mas o que nós achamos que não dá para fazer é a Prefeitura utilizar as cartas-contrato indiscriminadamente.

Vou fazer um Requerimento à nossa Diretoria Legislativa para acostar ao Projeto de Lei e, inclusive, dar substância ao debate, de, nesses 14 anos, quantas cartas-contrato a Prefeitura de Porto Alegre utilizou. Nós vamos fazer essa pesquisa na Casa e vamos anexar aos autos para mostrar exatamente que o nosso discurso não é um discurso em vão. E quando formos votar o Projeto, os Vereadores e as Vereadoras poderem manusear a quantidade de cartas-contrato, que, ao longo desses 14 anos, do qual sobre a mesma frente política governa a Cidade, para não ficar num debate vazio e dizerem que não foram feitas cartas-contrato. Não é assim, não! Há muitas cartas-contrato e acho que vai ter importância nesse acúmulo de debate.

Portanto, era esse o registro inicial que eu queria deixar sobre esse Projeto e dizer que ele foi inspirado justamente no debate que vi neste Plenário e com o objetivo de fazer valer uma Lei maior que é a Constituição e que não tem sido respeitada, mas ele traz, no seu bojo, uma questão muito importante: o Prefeito decreta emergencialmente e aí ele está autorizado a fazer as cartas-contrato. Agora, se esta Lei for aprovada, fica vedado essa continuidade de cartas-contrato de forma indiscriminada, na nossa avaliação, excedendo a boa lógica da administração. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Ver. Sebastião Melo, um Pedido de Informações resolve o problema de V. Ex.ª e está na forma da Lei.

O Ver. Darci Campani está com a palavra para discutir o PELO n.º 008/01.

 

O SR. DARCI CAMPANI: Sr. Presidente e demais colegas aqui presentes, o Ver. Marcelo Danéris, na sua intervenção, enquanto Líder de Bancada, já salientou a diferença que há nos discursos de alguns colegas Vereadores, quando estão na situação e quando os seus dirigentes estão na oposição.

Nós estamos, há dois meses, assumindo o Governo Federal com o companheiro Lula, Presidente da República, e estão tentando descobrir todas as cartas-contrato do Governo Fernando Henrique Cardoso, do qual o PMDB fazia parte.

Nós estivemos no Governo do Estado, há quatro anos, e também não conseguimos descobrir todas as cartas-contrato que o Governo Britto, do PMDB, Ver. Raul Carrion, utilizou durante toda a sua gestão, inclusive com o artifício de que - e o Ver. Raul Carrion também se juntava conosco na luta contra o PDV, deve se lembrar - muitos funcionários saíam e, logo em seguida, eram contratados pelo Estado para continuar desenvolvendo exatamente a mesma função, só que aí, através de uma carta-contrato.

Então, no mérito até, Ver. Sebastião Melo, V. Ex.ª pode ter razão, em termos de se regulamentar o uso da carta-contrato. Em termos do município de Porto Alegre, queremos até, podemos ser o exemplo para a Nação, porque, no Estado, quando o PMDB esteve governando, não foi exemplo, muito antes pelo contrário. Na Nação, quando o PMDB estava lá no Governo Fernando Henrique, não foi exemplo para a Nação. Alguns falam em dois mil, outros falam em cinco mil cartas-contrato do Governo Fernando Henrique, do qual o seu Partido fazia parte.

Então, não dá, não conseguimos entender essa questão de, quando se está na situação, termos um discurso radical, e, quando se está na oposição, virmos com outro discurso. Então, vamos ter um discurso unificado, enquanto Partido: ou somos a favor ou somos contra. E aqui, no Governo do Estado, do antigo membro do PMDB, Antônio Britto, nós podemos ver aí vários casos. Não vou fazer Pedido de Informação, porque não cabe a esta Casa pedir Informação ao Governo do Estado. Acho que, realmente, seria uma ingerência indevida, em termos de Pedido de Informação. Mas, existem “n” casos de pessoas que foram demitidas pelo Governo do Estado e, logo em seguida, readmitidas através de uma carta-contrato, para continuar exercendo exatamente a mesma função, só que, nesse meio tempo, ainda ganharam um “bolinho”, que é o tal do PDV, que foi feito durante o Governo Antônio Britto, do PMDB.

 

O Sr. Sebastião Melo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito obrigado pelo aparte, Ver. Darci Campani. V. Ex.ª está correto, V. Ex.ª presidiu um órgão que expediu muitas cartas-contrato; então, V. Ex.ª está absolutamente correto em defender isso, o seu Governo, do qual V. Ex.ª faz parte.

Agora, eu acho que V. Ex.ª, como vieram aqui vários Vereadores, está sempre querendo colocar o Britto no debate. Eu não estou entendendo, o Antônio Britto apoiou os senhores na eleição agora para Presidente da República, o PPS faz parte do Governo, então, não estou entendendo essa confusão. Toda vez que vem um debate, é o Britto, vocês é que têm aliança com o Britto. Afinal de contas, o Ciro Gomes é Ministro do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, e, pelo que eu saiba, o Sr. Antônio Brito é do PPS; o Sr. Ciro Gomes também é do PPS. Então, eu penso que vocês tinham que se entender um pouco mais. Penso que V. Ex.ª está absolutamente correto, não estou dizendo que o meu Governo não teve incoerência, não, sou muito crítico do Governo do PMDB de 1994 a 1998, e V. Ex.ª sabe disso. Agora, penso que é um bom debate essa questão da carta-contrato, e eu quero continuar nesse bom nível de debate.

 

O SR. DARCI CAMPANI: Concordo com o Vereador, só que o PMDB era governo, era o Governo do PMDB, independente da pessoa que estivesse na cabeça do governo e das suas atuações após a saída do governo, independente do Partido que tenha ido, é no Governo do PMDB, do qual V. Ex.ª, penso, era o Presidente do Diretório Metropolitano, ocupava cargo na direção do Partido, e tem que responder por esse governo que era o Governo do seu Partido, assim como também a participação no Governo Federal durante toda a gestão do Sr. Fernando Henrique Cardoso, durante toda a gestão do Itamar Franco, que também era do PMDB - não sei se ele continua ou não no PMDB -, mas não dá para ser de um Partido que está no governo e não assumir o governo.

Nós assumimos o nosso governo, recebemos hoje a crítica do PC do B em relação ao aumento da taxa de juros, uma crítica que é de quem está dentro do Governo e quer discutir a situação do Governo. Mas nós assumimos a nossa parte, enquanto Governo, e assumimos aqui em Porto Alegre, já pelo quarto mandato, todas as nossas atuações.

E enquanto administrador da cidade de Porto Alegre, de um pedaço, da parte da Limpeza Pública, sempre tive que, na medida do necessário, utilizar cartas-contratos, conforme a Constituição nos permite, e não na visão que V. Ex.ª passa aqui.

E, infelizmente, Ver. Sebastião Melo, enquanto um profissional da área jurídica - eu sou Engenheiro Agrônomo, não sou da área jurídica -, mas, constantemente V. Ex.ª tem feito afirmações - não é Ver, Juarez Pinheiro, que é da área jurídica? - completamente fora de embasamento jurídico.

Nós tivemos, durante todo esse ano que passou, um acompanhamento do Tribunal de Contas, que é a quem cabe ver se estão sendo bem, ou não, administradas as contas do Município, e até hoje todas as nossas cartas-contratos... que não foram em tão grande número, creio eu que durante a última gestão deve ter sido quatro cartas-contratos. Uma com um prazo muito curto, outras, com um tempo um pouco mais longo, mas, no máximo, quatro cartas-contratos que tivemos. Com quatro mil pessoas que trabalhamos na cidade de Porto Alegre, entre dois mil funcionários diretos e dois mil funcionários indiretos, nós tivemos, talvez, quatro cartas-contratos. Não dá uma para cada mil funcionários que temos trabalhando no DMLU.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Ex.ª faz uma afirmação que tem que ser revista, V. Ex.ª falou que é o Tribunal de Contas o órgão responsável para ver as contas do Município. Não, este órgão é a Câmara de Vereadores. O Tribunal de Contas é um órgão auxiliar; então, não podemos colocar o Tribunal de Contas como órgão principal, ele é auxiliar. Quem tem, realmente, essa missão é a Câmara de Vereadores.

 

O SR. DARCI CAMPANI: Não posso discordar do Ver. Luiz Braz, todas as contas apreciadas pelo Tribunal de Contas vêm para votação na Câmara, mas o órgão que pode apreciar tecnicamente é o Tribunal de Contas, é lá que existe um corpo técnico adequado para fazer este tipo de apreciação, e em todos esses anos de administração jamais foram questionadas pelo Tribunal de Contas as cartas-contratos utilizadas na Prefeitura e muito menos do DMLU, o qual administrei e me honram todos os atos que lá realizei, com a transformação da cidade de Porto Alegre. Não preciso ir a Curitiba, Ver. Luiz Braz, para ver alguma coisa boa. Fico aqui em Porto Alegre e me satisfaço muito com todas as coisas que fazemos aqui em Porto Alegre, e não temos nenhuma pesquisa de caixa-2 sobre a nossa Prefeitura como os governos lá daqueles Estados estão tendo com problemas de corrupção bastante acentuados, que temos encontrado em outros Estados. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu quero alertar aos Srs. Vereadores que hoje é o primeiro dia de discussão por se tratar de Emenda à Lei Orgânica.

O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PELO n.º 008/01.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acho que nós não avançamos muito no debate quando nivelamos por baixo. O fato de haver um problema de caixa-2 lá em Curitiba não quer dizer que Curitiba não tenha avançado e muito sobre a cidade de Porto Alegre, em todos os pontos de vista, inclusive no lixo.

Nós gostaríamos muito de saber quem foi que cometeu a proeza fantástica de escolher o Morro da Extrema como depósito de lixo da Cidade. O lugar mais bonito da Cidade. E por aí vão as críticas. Se eu for começar a arrolar todos os problemas dos 16 anos de administração do Partido dos Trabalhadores, e, agora, não dá mais para dizer que foi o governo anterior. Nós vamos chegar a um ponto de não discutir o excelente Projeto do Ver. Sebastião Melo sobre as cartas-contratos. O Ver. João Antonio Dib já falou umas trezentas ou quatrocentas vezes, nos últimos oito anos, a respeito das cartas-contratos. E os números trazidos pelo Ver. Darci Campani, na verdade, merecem uma revisão, porque não são três ou quatro cartas-contratos; assim é também o uso indevido dos estagiários ocupando cargos que seriam de pessoas concursadas, que estão eivados na Administração, e todos eles comprometidos ideologicamente, aliás, todos eles uníssonos. Talvez essa seja a mudança que a sociedade esteja exigindo e que mudou o Estado. O Estado do Rio Grande do Sul mudou de administração exatamente por isso, por essa tentativa de lavagem ideológica, cerebral, essa tentativa de dizer que não tem nada a ver, que a Ford foi embora porque não tinha nada. Não. Todo o mundo sabe que uma das causas fundamentais, o erro do século foi mandar a Ford embora, porque gerava emprego, desenvolvimento e, principalmente, gerava esperança, progresso e desenvolvimento. Isso tudo foi jogado pelo janela, e, principalmente, essa população da Zona Sul chora, anestesiada com o desemprego, com a desgraça que não tem remédio! Continua lá um terreno deserto, adormecido, e nada se faz. Enquanto isso, há outra demonstração exatamente igual aqui em Gravataí, que mostra o quanto nós erramos em relação ao Governo do Estado, do já não muito saudoso Governador Olívio Dutra. Agora temos um outro Governo que tem uma proposta desenvolvimentista, é um Governo honesto, é um Governo decente já nos dois primeiros meses, e já está sendo avaliado. Estão tentando de todas as maneiras criticar o Governo que ainda nem respirou.

Quero, inclusive, publicamente, elogiar o Presidente Lula, que garantiu a segurança do Estado do Rio de Janeiro e o carnaval, e, no entanto, hoje, o Brasil passou quatro dias, anteriores ao carnaval, numa onda de violência urbana incrível, e hoje nós vemos que o carnaval passou em brancas nuvens de violência, por quê? Porque houve uma atitude da Presidência da República colocando militares, o Exército, lá no Rio de Janeiro, assegurando, inclusive, a realização de uma festa nacional. Eu tenho que elogiar o Governo.

 

O Sr. Darci Campani: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu procurei debater exatamente a situação de Partidos que quando estão no governo utilizam-se de cartas-contratos, e, quando estão na oposição vêm aqui criticar as cartas-contratos. O seu Partido, enquanto Governo Federal, teve em torno de... Teve, V. Ex.ª só lembra que o PT saiu do Governo do Estado, V. Ex.ª não se lembra que o Fernando Henrique Cardoso saiu também. O seu Partido fez cinco mil cartas-contratos.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: V. Ex.ª aqui no microfone disse:Eu não sei se são cinco mil, ou dois mil.” Isso é uma informação lamentável que tem que ser revisada; de dois para cinco, a distância já é muito grande. Por falar em cartas-contratos...

O Sr. Darci Campani: Pediria a V. Ex.ª que providenciasse essa informação. V. Ex.ª fez parte do Governo Fernando Henrique Cardoso e deve ter essa informação.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Inclusive, recorro ao testemunho do Presidente da Casa, Ver. João Antonio Dib, sobre a quantidade de vezes em que ele denunciou as cartas-contratos do seu governo. Esse é o problema.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quem dá um número como esse: dois mil ou cinco mil é porque não tem certeza absolutamente de nada. O Ver. João Antonio Dib tem várias vezes falado aqui do caixa-2 da Prefeitura Municipal, só que até agora eu não vi... O Ver. João Antonio Dib tem desafiado para que alguém da bancada petista venha aqui e desminta os números que ele tem anunciado, e até agora eu não vi ninguém vir a essa tribuna desmentir o Ver. João Antonio Dib.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Ver. Darci Campani, vamos combinar uma coisa? Há uma grande defasagem entre as cidades que estão-se desenvolvendo, em pleno processo de desenvolvimento e essa decadência em que está a Cidade de Porto Alegre. Essa diferença - vamos admitir e vamos lutar contra ela; enquanto tivermos negando isso aí, vamos fazer igual ao avestruz, botando a cabeça, achando que o temporal não vai nos pegar, enfiando a cabeça dentro de um buraco. Essa é a nossa crise maior administrativa e política. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra para discutir o PELO n.º 008/01.

 

O SR. CARLOS PESTANA: Ver. Elói Guimarães, que preside os trabalhos desta Sessão. Primeiro, acho que é importante registrar que o Município já disciplina essa matéria. A Lei n.º 7.770/96, de forma muito clara, já estabelece quais são os critérios para a contratação de carta de emergência: 1.º) atender caso de emergência ou de calamidade pública; - o que é muito diferente da situação proposta pelo Ver. Sebastião Melo quando fala em Decreto de Emergência. 2.º) combater epidemias; 3.º) realizar recenseamentos. 4.º) satisfazer atividades especiais sazonais. Então, o conteúdo dessa matéria já está disciplinado na Lei n.º 7.770, matéria que teve a sua origem no Executivo na época da gestão do então Prefeito Raul Pont.

Essa proposta do Ver. Sebastião Melo, além de ser contraditória, como já foi bem destacado aqui pelo Ver. Darci Campani, com a trajetória do seu Partido, que é a trajetória do PDV, da demissão voluntária que demitia e contratava ali na frente, e que agora aqui vem pregar um discurso que não está de acordo com a sua prática, porque embora o antigo Governador Antônio Britto hoje pertença ao PPS, a política daquele Governo foi defendida com unhas e dentes pelo PMDB, Partido do qual o Ver. Sebastião Melo por diversas vezes foi Presidente. Então, observamos a total falta de coerência entre o seu discurso e a sua prática.

Essa matéria, além de estar já disciplinada em Lei Municipal que teve origem, como já disse, no Prefeito Raul Pont, cabe aqui registrar que é matéria de competência do Executivo, porque cabe ao Executivo disciplinar e organizar a forma como vai contratar as suas cartas-contrato. Como também foi bem destacado aqui, há um órgão técnico responsável pela fiscalização dessas cartas-contrato, que é o Tribunal de Contas. E o Tribunal de Contas tem sido rigoroso na fiscalização dessas cartas-contrato, e toda a vez que encontra qualquer tipo de irregularidade vem apontar para o Executivo para que o Executivo venha a tomar providências. Por isso que esse Projeto de Lei proposto pelo Ver. Sebastião Melo é totalmente improcedente; primeiro, porque ele já está regulamentado de forma muito mais adequada e muito mais correta do que está sendo proposto pelo Vereador; segundo, porque é de competência do Executivo e não do Legislativo regulamentar essa matéria; terceiro, o Vereador tem uma trajetória política, melhor dizendo, o seu Partido tem uma trajetória política, que é a trajetória da demissão voluntária, que é a trajetória do projeto neoliberal, que não contratou ninguém e que demitiu professores, brigadianos e servidores no Governo do Estado, quando o PMDB foi Governo. Então, por essas três razões - a razão um: já tem regra; a razão dois: não tem base legal; e a razão três: que politicamente estabelece uma contradição com a sua trajetória, com a trajetória do seu Partido - a Bancada do PT, certamente, vai se manifestar contrária a esse Projeto. Até porque temos tido uma postura de transparência, seja nas informações, como na gestão pública do nosso Governo, que não está de acordo com esse tipo de insinuação - mais um tipo de insinuação que o Ver. Sebastião Melo vem fazer nesta tribuna - que, infelizmente, se repete, sem a menor prova, sem a menor conseqüência. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir o PELO n.º 008/01.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é o primeiro dia de discussão do Projeto do Ver. Sebastião Melo que proíbe cartas-contrato, a não ser em casos emergenciais, como determina a Lei. Portanto, a Prefeitura estava fazendo cartas-contrato em desacordo com a Lei. Ora, nenhum Vereador pode compactuar com o descumprimento de uma lei. Então, o que quer o Ver. Sebastião Melo? Quer o cumprimento da Lei. O Ver. João Antonio Dib há anos fala aqui que estão fazendo cartas-contrato ao arrepio da lei, contra a lei. Falou, fez Pedido de Providência, parece que nada ocorreu. E recordo muito bem que em inúmeros casos existe concurso aberto, candidatos aprovados, aguardando a nomeação, aguardando o chamado, e no seu lugar era feita carta-contrato; e o concursado ficava lá aguardando.

O Prefeito Raul Pont está sofrendo uma ação na Justiça por descumprimento da Lei. O então Prefeito de Porto Alegre da gestão anterior Tarso Fernando Hertz Genro também está sofrendo processo na Justiça, que, aliás, agora, por ser Ministro do Governo, subiu, ele tem foro privilegiado, subiu para o Superior Tribunal Federal. Na semana passada foi noticiada a transferência do foro dessa ação na Justiça para o inquérito junto ao Supremo Tribunal Federal. É uma irregularidade clara: só pode fazer carta-contrato em situação emergencial. Situação emergencial deve haver decreto declarando que o município se encontra em situação emergencial no setor tal, no setor de recolhimento de lixo, no setor de saúde, nos alagamentos.

O ilustre Ver. Darci Campani veio aqui dizendo que em outros governos também ocorreu isso. Eu até concordo. Mas o que eu não admito é que um erro cometido justifique o outro erro, porque aí é um erro maior. E isso nós estamos procurando corrigir aqui na Câmara. Nós precisamos dar força àqueles candidatos concursados. E em casos emergenciais faça-se o Decreto. E tendo dificuldade, já prevendo uma emergência, abre-se concurso sem problema nenhum, nós aqui autorizamos todos os concursos. Há situações em que há necessidade da fazer concurso. Mas o que não pode, o que não se permite é que se faça ao arrepio da lei, isso nós temos a obrigação de corrigir. E esse Projeto de autoria do Ver. Sebastião Melo pretende fazer exatamente isso. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir o PELO n.º 008/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Vereador Presidente, João Antonio Dib, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, não sei, o propositor da matéria não se encontra no Plenário. O Vereador tem todo o direito de propor a matéria, um Vereador trabalhador e criador de confusão, ele gosta de misturar tudo, criar uma grande confusão, Ver. Darci Campani, e inclusive fazer injustiças. No caso, agora, eu acho que é promoção, só pode ser isso. A confusão que ele faz nessa alteração à Lei Orgânica é uma coisa em demasia. O Vereador confunde Lei de Licitações, confunde o art. 37 da Constituição Federal, não lê todo o art. 37 da Constituição Federal, não reconhece quais são as atribuições do Poder Legislativo e do Poder Executivo - é uma salada de frutas que é difícil até de apontarmos os principais equívocos da proposta, tamanha a confusão. Mas isso é o retrato mesmo da forma de como o Vereador gosta de se relacionar aqui no Legislativo, criar uma grande confusão e com isso tirar benefício de ordem político-eleitoral.

Em primeiro lugar, quando nós falamos em contratação de servidores públicos, nós temos que diferenciar governos que fazem PDV, como é o caso dos governos que o Ver. Sebastião Melo sempre defendeu em toda a sua trajetória política, ligados ao PMDB, MDB, que se caracterizam, de forma contumaz, por fazer PDV, ou seja: eles querem diminuir o Estado, menos servidores públicos para prestar serviços às populações, principalmente de baixa renda. Esse é um dado.

O nosso Governo, ao contrário, por concurso público, de acordo com o art. 37, em todas as áreas, e principalmente naquelas que tratam da assistência, fez concurso e contratou pessoal, diferentemente do Governo do Ver. Sebastião Melo.

Agora, o Ver. Sebastião Melo, e até o meu amigo inteligente, dedicado Presidente João Antonio Dib comete um equívoco na apreciação dessa matéria.

Vereador, eu gostaria de ter a sua atenção, porque V. Ex.ª não busca fazer confusão, V. Ex.ª é muito claro. O que o Ver. João Antonio Dib sempre tratou aqui nesta Casa foi de buscar que para haver contratações sempre deveria ter um Decreto de calamidade pública. Acontece, Ver. João Antonio Dib, que a Constituição Federal, no art. 37, diz que o ingresso na função pública é através de concurso de provas e títulos ou diz aqui no inciso X que, em situações excepcionais, a lei estabelecerá casos de contratação por tempo determinado. A legislação federal foi feita e está nesta legislação municipal. A legislação municipal, Ver. Darci Campani, deriva do Dispositivo Constitucional, no art. 37, que trata do ingresso na função pública. É esse o grande dispositivo sobre a transparência, a impessoalidade, a possibilidade de fiscalização. No inciso X do art. 37, que é o dispositivo maior sobre a questão de transparência, consta que em situações excepcionais a lei federal regula e possibilita... Ou nós vamos deixar de contratar alguém por falta de um concurso quando falta um médico? A Lei Municipal n.º 7.770, aprovada por esta Câmara de Vereadores, Ver. Sebastião Melo, especifica os casos, coloca entre eles, Ver. João Antonio Dib, aqueles que decorrem de um grande problema no Município que obriga a decretação de calamidade pública, as campanhas para combater epidemias e situações diversas. As contratações que foram feitas por cartas-contrato foram todas na área da saúde, no momento em que havia municipalização inicialmente semi-plena e depois plena, a transposição de servidores federais para o Município, do Estado para o Município, a falta de concursos, toda essa situação que fez com que, por um erro da forma como o Governo Federal encaminhou esta matéria, de que quando falecesse um servidor público federal que estava ocupando uma função num posto de saúde ou que entrasse em licença-prêmio não poderia o Município fazer a contratação, não havia substituição, principalmente nos casos de aposentadoria. Portanto, esta proposta do Vereador fere o art. 37 da Constituição Federal, fere a Lei de Licitações, fere o art. 94, inciso IV e fere, acima de tudo, a inteligência das pessoas, porque é uma confusão, é uma “salada de frutas” que não leva a lugar nenhum e sequer perquire que exista aqui uma derivação do art. 37, inciso X, o da Lei Federal e da Lei Municipal que já trata desses temas.

Portanto, eu considero meramente esta proposta, Ver. Zé Valdir, tamanha a confusão e desconhecimento da base jurídica que a sustenta, meramente uma atitude do Vereador para fazer desgaste ao Governo, mas a população sabe a postura de quem o faz, porque a forma como o Ver. Dib discutiu era uma. Essa transposição, essa concretude dada é absolutamente contra o bom senso, contra o direito e a inteligência das pessoas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir o PELO n.º 008/01.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós já estamos em disputa, tanto que enchente aqui nesta Cidade é culpa do Prefeito, em Santa Catarina é culpa de São Pedro. E por aí vai.

Eu até ando meio estranho, estou muito calmo ultimamente; acho que é a sabedoria da idade, porque o que eu ouvi aqui é de indignar. Ouvi Vereadores como João Carlos Nedel, Isaac Ainhorn, um Vereador opositor como Sebastião Melo, de Partidos que foram governo no Município e no Estado e que usaram e abusaram dos contratos, inclusive contra a lei. Quando fizeram concurso foi uma vez na vida e outra na morte.

A nossa Administração, tanto no Estado quanto na Prefeitura, assim que entrou, cumpriu com a legislação, fazendo imediatamente, concurso. Não vou falar nem em leis - porque o Ver. Juarez Pinheiro já falou - e nem em nomes; eu vou falar em fatos. Vamos ver alguns fatos. O Governo do Estado Amaral de Souza e o do Jair Soares nunca fizeram concurso, tanto que o CPERS/Sindicato teve de incluir na pauta de reivindicações a realização de concurso; era tudo contrato! Depois veio o Governo Simon e quis resolver os problemas do Estado com o QPE e com contrato. Concurso que é bom, “neca”! Veio o Collares: rotativo e contrato. Concurso, que é bom, não! Veio o Britto, aí foi PDV; acabou com o Plano de Carreira do Magistério, e contrato. Concurso, raramente foi feito!

 

(Aparte anti-regimental.)

 

Ah, agora um erro não justifica o outro. Só que agora querem colocar uma legislação restritiva para que a gente não possa, numa eventualidade, não nessa situação... O que é que aconteceu no Estado? Assim que assumiu, fez o primeiro concurso para funcionários de escola. Ou eu estou mentindo? Ou isso não é um fato? Nenhum outro Governo tinha feito. Nenhum Governo dos senhores que vêm aqui, agora, “posar de vestal” tinha feito. Usaram e abusaram do contrato! Estou calmo!

A FESC era uma coisa! Era só contrato e CC! Quem regularizou a situação da FESC foi a Administração Popular, inclusive na minha gestão, em que fizemos o primeiro concurso público. E V. Ex.as vêm aqui com a maior desfaçatez, apresentam e nos colocam como usando os contratos? O que é isso? Isso é uma inversão! Como, aliás, é uma inversão - e me admiro muito - de um jurista como o Ver. Luiz Braz vir ao microfone dizer que, se alguém acusa a Administração - segundo ele, acusaram-nos de ter feito caixa-2 -, o ônus da prova cabe a nós. Isso é um absurdo! Se alguém acusa alguém tem de provar a acusação e não o réu, o acusado ter de provar. Quanto a essas questões, Ver. João Carlos Nedel, de ir para a Justiça, eu já sei o que eu vou fazer depois de me aposentar. Eu sou historiador, e há uma série de pesquisas que eu quero fazer. Uma das pesquisas que eu quero fazer é sobre o índice de aproveitamento das ações da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Eu quero listar, desde a primeira Administração Popular, todas as ações que a oposição fez contra a Administração, e qual foi o resultado prático dessas ações. Eu tenho certeza de que o índice de aproveitamento não vai passar de 20%. O Vereador propositor desta ação que é o Ver. Sebastião Melo, de todas as dezenas de ações com que ele entrou contra a Prefeitura o índice de aproveitamento é zero, porque ele não ganhou nenhuma até agora.

Vejam, quando a gente fala que o Legislativo Municipal tem de recuperar as suas prerrogativas, nós achamos que sim, mas uma forma de o Legislativo recuperar as suas prerrogativas é tendo uma atuação responsável, uma atuação séria, porque a população que nos está ouvindo, que vê esses Vereadores virem aqui falar que nós, da Administração Popular, seja do Município, seja do Estado, usamos em demasia a carta-contrato, quando há todo esse passado, essa a população lembra. Ou os senhores pensam que a população de Porto Alegre não tem memória? Não sabem o que foi feito nas administrações anteriores em Porto Alegre? Administração Collares, por exemplo? Não sabem o que foi feito com os professores deste Estado nas administrações de Amaral de Souza, de Jair Soares, de Pedro Simon, de Collares e de Britto? Então, não sabem o que foi feito quanto aos concursos? Vamos ver quantos concursos foram feitos e quantos contratos foram feitos por fora, ao arrepio da lei, tanto que uma das lutas permanentes do CPERS – podem olhar a pauta de reivindicação do CPERS – era que o Estado deveria fazer concurso. Porque não faziam concurso; utilizavam-se de contratos ao arrepio da lei, de forma totalmente irregular. Vamos falar a verdade, porque a população de Porto Alegre tem de ouvir a verdade, não a distorção. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra, por cessão de tempo do Ver. Haroldo de Souza, para discutir o PELO n.º 008/01.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. Ver. Elói Guimarães, pela indignação e pela brabeza da bancada governista que desfilou aqui nessa tribuna, vê-se que o Projeto tem fundamentação, foi atingido em cheio o seu objetivo. Eu gosto de um bom debate, mas quero manter o debate no bom nível, no campo das idéias.

O Prof. Juarez Pinheiro é especialista em Direito. Então, tudo o que não sair pelas mãos do Ver. Juarez Pinheiro não tem uma boa fundamentação jurídica. Nós já conhecemos essa cantilena.

Quero responder a um por um. Ao Ver. Darci Campani. Ele não tem muita autoridade para falar dessa matéria porque é um especialista em carta-contrato e especialista em contrato emergencial, especialmente quando é com a CORES. Essa é a especialidade de V. Ex.ª. Então, V. Ex.ª tem especialidade nessa matéria. Não teve transparência a sua gestão no DMLU. A sua gestão no DMLU tem problemas seriíssimos, e isso não vai parar por aqui não. O Tribunal de Contas não se manifestou sobre isso ainda.

Em segundo lugar, da mesma forma, o Ver. Carlos Pestana, que vem aqui deitar lição de transparência, a sua gestão no DEMHAB também deixou muito a desejar, Ver. Reginaldo Pujol.

Então, nós queremos debater este Projeto...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, já foi acertado que quando o orador estiver na tribuna não há Questão de Ordem.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Se V. Ex.ª quiser um aparte eu lhe concedo, não há nenhum problema.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebastião Melo, eu aceito e fica bem o aparte. V. Ex.ª está falando em outro tema que não o do debate. Para mostrar que V. Ex.ª realmente, neste caso, não estou generalizando, não domina a matéria é que V. Ex.ª está falando em contrato de emergência da Lei de Licitações e o Projeto de V. Ex.ª trata de outra matéria. A Questão de Ordem seria que o Vereador não está no tema e, em segundo lugar, para mostrar que V. Ex.ª desconhece a matéria.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Vou dizer a V. Ex.ª que V. Ex.ª descampou para todos os lados: falou do PDV, falou do Governo do PMDB e agora o senhor tem a desfaçatez de querer cortar a minha palavra. O senhor vem aqui e diz o que quer; quem diz o que quer, às vezes, ouve o que não quer.

O que devemos dizer em alto e bom som não é que o PMDB não cometeu incoerência, mas que o Partido dos senhores é igualzinho aos outros. É igualzinho aos outros, tanto em nível federal, Ver. Reginaldo Pujol, nessas políticas neoliberais mais arrochadas do que as do Fernando Henrique como na prática administrativa. Os senhores são de uma Bancada de Governo que concederam o reajuste com uma mão e foi para a Justiça com a outra e depois teve a desfaçatez de mandar no contracheque do servidor, Ver. Zé Valdir, tirando os direitos dos trabalhadores. Esse é o Partido de V. Ex.as!

Quando nós estamos falando em carta-contrato, nós estamos querendo mostrar transparência, e o que os senhores não querem é transparência, porque tudo o que os senhores querem é ter transparência no discurso, mas a prática dos senhores não é transparente. A prática dos senhores não demonstra transparência no exercício da vida pública. Como se justificar? E nós vamos engrossar esse debate, porque virão as cartas-contratos. Eu quero dizer aqui, Ver. Juarez Pinheiro, que não procede a sua informação de que as cartas-contratos só foram na área da saúde. Não é verdade! Nós vamos mostrar isso através do Pedido de Informações que vamos formular e trazer a esse debate.

Eu estou dizendo que nós queremos mudar a Lei Orgânica, ou seja, se há emergência, o Prefeito que decrete a emergência e, portanto, faça a carta-contrato. Agora, o que não pode fazer é fazer como fazem, editar as cartas-contratos, a Câmara reclama e fica por isso mesmo. Isso é que nem suplementação de verbas, onde 200 milhões são suplementados por ano e fica assim mesmo.

Eu acho que a Câmara Municipal tem que ter uma melhor fiscalização sobre o Executivo. Governo é Governo em qualquer lugar do mundo! Se fosse outro Governo, aqui, também, teria, quem sabe, aumentado a água em 30%!

Então, o povo, quando elegeu uma Bancada majoritária de oposição, disse: “Olha, sejam mais cautelosos, façam uma oposição responsável, defendam os interesses do povo!” E é o que nós estamos querendo fazer com esse contrato, não é desqualificar o debate, pelo contrário! Agora, tudo o que não vem pelas mãos da bancada governista, evidentemente, que não tem qualificação. Mas esse discurso eu já conheço, essa cantilena eu já conheço, porque, quando eu não quero enfrentar um debate, eu tenho que tentar desqualificar o... Então, esta prática eu conheço, porque venho de longe! E, portanto, nós vamos seguir neste mesmo diapasão, porque, pela raiva da Bancada, significa que o Projeto tem consistência e vai atingir o seu objetivo, que é colocar um freio nessas cartas-contratos, desenfreadamente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

(O Ver. Elói Guimarães assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PELO n.º 008/01.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não pretendia discutir a matéria, até eu alertava os nobres Vereadores, de que era o primeiro dia de discussão da matéria. No entanto, eu não posso jogar fora a experiência que eu tenho.

Em primeiro lugar, não foi meu hábito, como Prefeito, fazer cartas-contratos. Não usei os Cargos em Comissão que estavam à minha disposição no meu gabinete. E a FESC e a FASC são duas entidades completamente diferentes. Antes, só podia ser pela CLT, agora, é a CLT, ainda, mas de uma outra forma, porque a Câmara ajudou a fazer uma nova solução. Não houve nenhuma intenção de desmerecer o trabalho do Ver. Zé Valdir, que é competente.

Agora, eu levei à Justiça o Prefeito Raul Pont, mas todos os Prefeitos do PT, todos, usaram e abusaram da carta-contrato. Quando eu levei ao Ministério Público, eu lembro bem, o Líder era o Ver. Guilherme Barbosa, e ele me perguntava: “Vai acontecer alguma coisa?” Eu disse: “Eu não sei, só vou ver depois.” Quando o Tribunal de Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público, bom aí já ficou um pouco diferente, aí se preocuparam. Bem, todos os Prefeitos, todos, usaram e eu posso até dar a relação: o Dr. Olívio Dutra, o Dr. Tarso Fernando, que usou não só na área de saúde. O Dr. Olívio Dutra até juiz de futebol contratou por carta-contrato. O Dr. Tarso Fernando contratou para a Secretaria de Administração e para outras Secretarias do Município. Bom, depois fizeram a tal de Lei n.º 7.770. Porque eles faziam amparados na Lei de Licitações n.º 8.666, art. 24, que dizia que em caso de emergência ou calamidade pública, pode-se contratar por carta-contrato.

Eu insisti tantas vezes, 150 municípios do Rio Grande estão sob a égide de Decreto de Calamidade Pública, ou de Emergência, mas fiscalizados pelo Governo do Estado. Ninguém decreta emergência porque quer, e por isso os Prefeitos, nenhum deles decretou estado de emergência ou de calamidade pública. Mas o Prefeito Raul Pont, que é de quem eu posso falar, porque quando fui aparteado pelo Ver. Guilherme Barbosa, ele me perguntou se quem sabe eu também queria denunciar o Dr. Olívio Dutra e o Dr. Tarso Genro. Olha, Vereador- e eu tinha aqui na Mesa -, se V. Ex.ª desejar eu posso fazer, porque documentos não me faltam, assinados por ambos os Prefeitos.

O Dr. Raul Pont foi enquadrado em crime continuado. Há casos de seis cartas-contratos, na forma do art. 24 da Lei n.º 8.666. Seis cartas-contratos, uma atrás da outra! Mas há coisas mais sérias, por exemplo, aquele médico que fazia um curso no Canadá, e era o segundo colocado como Otorrino, e a Prefeitura precisava do Otorrino. Então, o que faz? Chama o terceiro e faz carta-contrato. Mas, por que não chamaram o segundo colocado......ele não poderia assumir, porque estava no Canadá......Porque ele tinha o papai lá dentro do Pronto Socorro, que ele, então, tinha que esperar, porque se chamassem ele ia passar para o fim da fila e não ia mais ser chamado.

Então, a carta-contrato foi usada de forma inequivocamente desastrosa, má, facciosa, porque, como eu disse, e eu nunca digo por dizer, eu tenho tudo escrito, assinado pelo Dr. Raul Pont, pelo Tarso Fernando, pelo Dr. Olívio Dutra, eu tenho tudo assinado. Eu tenho um monte de Pedido de Informações. Todos! E mais, a Prefeitura do Partido dos Trabalhadores nunca respeitou a Lei, porque era proibido terceirizar serviços até há pouco tempo, quando a Câmara ajudou a derrubar a Lei que impedia a terceirização, mas quando eu fui Prefeito, a Câmara fez um Projeto de Lei - e eu sancionei - proibindo a terceirização. E a Prefeitura terceiriza e terceiriza bem; terceiriza e terceiriza bem e faz carta-contrato de forma desonesta, às vezes, porque há cartas renovadas no dia 5 de maio, e o contrato, que não poderia ser renovado, encerrava-se no dia 31 de maio. Tudo isso que eu estou dizendo eu tenho e mostro na hora em que quiserem. Não tenho problema nenhum. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PELO n.º 008/01.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica, de autoria do Ver. Sebastião Melo e que foi amplamente apoiado e regimentalmente apoiado por inúmeros Vereadores desta Casa é, no fundo, um libelo contra a utilização do expediente da carta-contrato que, tradicionalmente, vem sendo utilizado no município de Porto Alegre até como forma de burlar dispositivos legais impeditivos nesse tipo de contratação. A Procuradoria fez referência à Lei n.º 7.770/96 como reguladora da matéria. Eis que essa Lei, em verdade, fala de situações específicas, de situações emergenciais e faz algumas exceções, permitindo o contrato temporário. Mas o que se observa no Município, e o Presidente da Casa tem, ao longo do tempo, falado sobre esse tema, até repetidamente, porque em todos os anos se volta a esse mesmo assunto. Essas cartas são renovadas periodicamente, transformando-se num contrato de longo prazo e não temporário que, em determinadas circunstâncias, a Lei n.º 7.770, de 1996, autoriza.

Por isso, Sr. Presidente, já que hoje estamos no 2.º dia de discussão dessa matéria, requereria - e o faço da tribuna e, se for o caso, farei por escrito - que se junte uma cópia da Lei n.º 7.770, referida no Parecer prévio, até para que se verifique que, em verdade, essa Lei não obsta de modo algum que ocorra essa tentativa que o Ver. Sebastião Melo, apoiado por onze Vereadores da Casa, busca realizar, de introduzir na Lei Maior do Município essa vedação. Poderão alguns dizer que já há lei, mas a lei não é cumprida, por que fazer Emenda à Lei Orgânica? Quando se faz uma emenda constitucional neste Brasil, é porque se quer colocar na matriz de todo o regramento jurídico do País. Quando se quer colocar na Lei Orgânica do Município, lei hierarquicamente superior a nossa Lei Maior, essa, evidentemente, é com esse objetivo, e nem poderia ser diferente, que o Ver. Sebastião Melo busca introduzir no art. 19, um parágrafo que passa a vigorar com os seguintes termos: “Ficam terminantemente proibidas as contratações sob forma de carta-contrato ou similares e o Poder Público Municipal nas Administrações Direta ou Indireta, somente poderá realizar contratação emergencial de pessoal, a qualquer título, mediante a expedição do correspondente Decreto de Estado de Emergência do Município de Porto Alegre”. Acho que não precisa maiores comentários a partir dessa leitura do que pretende o Ver. Sebastião Melo. Vai conseguir? Previsão difícil, porque uma Emenda à Lei Orgânica precisa de um quórum qualificado e precisará haver algumas conversações no sentido de buscar atingi-lo, até porque a base de apoio do Governo, a parlamentar, dispondo de doze Vereadores, no presente momento, certamente poderá inviabilizá-la se tomar uma decisão política nesse sentido. Como, obviamente, não quero promover tautologia no processo, temos que, com toda a segurança, encarar as próximas discussões dessa matéria e, se for o caso, no enfrentamento das opiniões, submeter ao crivo do Plenário, buscando obter os dois terços de que nos fala a Legislação Municipal e o Regimento da Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PELO n.º 008/01.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras, senhores, eu não consegui entender a rebeldia dos Vereadores petistas com relação a essa matéria.

Na verdade, Ver. Juarez Pinheiro, V. Ex.ª que é um homem extremamente entendido na legislação, tanto municipal como também a do País, tem que saber e deve saber que essa matéria está regrada em Lei Complementar que já obriga o Município apenas a fazer carta-contrato por ocasião de situações emergenciais. Tanto é que o Município se valeu de um Decreto de Calamidade Pública de muito tempo, que nunca revogou - e não sei por que, parece que Porto Alegre vive sempre em calamidade pública -, para fazer as contratações. Faz mais ou menos 2, 3 anos, Ver. Zé Valdir, V. Ex.ª que é um homem conhecedor das coisas do nosso Município, recebemos aqui na Câmara Municipal, eu e o Ver. João Antonio Dib, um grupo de pessoas que havia prestado concurso público na saúde e esperavam o chamado do Município. Reclamavam que o Município estava fazendo com que as suas funções estivessem sendo ocupadas por pessoas que estavam ali através das cartas-contrato. Isso, na verdade, é enganar a lei; isso, na verdade, é fazer com que os que são do meu Partido, e agora posso contratar, estejam aqui ocupando o lugar de pessoas concursadas, que deveriam estar sendo nomeadas e não estavam. Essa situação se arrastou por mais de ano, até que, depois de várias reuniões aqui nesta Casa, esse grupo, mais ou menos de 150 pessoas, conseguiu fazer com que essas cartas-contrato fossem revogadas, e eles pudessem assumir o lugar devido para os quais eles haviam feito concurso público. Isso aconteceu há uns dois ou três anos, nas administrações, é claro, do Partido ao qual V. Ex.ª pertence. Isso é lícito? Claro que não! O que o Ver. Sebastião Melo quer? O que ele quer é regrar de forma definitiva essa matéria; é colocá-la na Lei Orgânica do Município. Eu acredito que nada mais justo do que todos nós, Vereadores, apoiarmos. Independente se somos situação ou oposição, todos nós deveríamos estar apoiando, porque, afinal de contas, o Ver. Sebastião Melo quer que as cartas-contrato possam ocorrer só em situações emergenciais, só com Decreto de Calamidade Pública. Eu ouvi o Ver. Juarez Pinheiro falando aqui da tribuna que, se tivéssemos uma situação de emergência, poderia. Ele não veda completamente. Até não poderia, porque seria burrice de qualquer legislador não permitir que o administrador público pudesse, a qualquer instante, lançar meio de contratações, através das cartas-contrato, para fazer frente às emergências surgidas no Município. Mas isso não está sendo vedado através do texto do Ver. Sebastião Melo. O Vereador deixa essa brecha para que o administrador continue administrando a Cidade, mesmo nas horas emergenciais, podendo fazer cartas-contrato. Mas não podemos ter cartas-contrato de dois, três anos, como acontece aqui no nosso Município. Não podemos ter uma situação emergencial que dure tanto tempo e que não possa, nesse intervalo, ser feito um concurso público para nós fazermos frente ao problema que existe. Aqui no Município isso não está acontecendo, infelizmente. Temos muitas vezes, Ver. Marcelo Danéris, V. Ex.ª que é Líder da bancada situacionista, às vezes, cartas-contrato que têm uma duração muito longa, aquilo que dá a impressão, nem digo que é, mas dá a impressão do seguinte, estou protegendo os meus...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Tempo encerrado, nobre Vereador.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Só para encerrar, Sr. Presidente. Dá a impressão que é aquele negócio de proteger os meus. Aqui está o funcionário que pertence ao meu Partido, então ele vai permanecer aqui, ele não precisa fazer concurso, não precisa fazer nada. Acho que isso não pode realmente existir nem na Administração aqui do nosso Município, nem no Estado, nem na União, porque, afinal de contas, eu acho que não é justo fazer isso com a nossa sociedade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra por cedência de tempo do Ver. Marcelo Danéris para discutir o PELO n.º 008/01.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, eu sinto que o Ver. Sebastião Melo, pela segunda vez que assumo esta tribuna, esteja ausente, eu queria dialogar com o Vereador que propõe a matéria, mas o Vereador está com tarefas no seu gabinete, neste momento, e eu fico impossibilitado de dialogar, que é o que eu queria.

Ver. Luiz Braz, a clareza desta matéria, V. Ex.ª buscou, em parte, resgatar. V. Ex.ª é contumaz em querer nos bater e fazer confusão também, mas tudo bem. Há uma diferenciação material. Há governos que fazem PDV, querem tirar os funcionários, e há governos que fazem concursos. Nós nos enquadramos naquele tipo de governo que entende que o Estado deve prover uma gama de servidores nas diversas Secretarias de forma a atender as necessidades da população. Esse é um debate de fundo. Os governos do Ver. Sebastião Melo fazem PDV, ou seja, eles não querem serviços para a população, querem mandar embora brigadianos, médicos, dentistas, enfermeiros, é a verdade. Sob o ponto de vista jurídico, vamos agora buscar para cá, baixar para cá, porque acho que é da nossa responsabilidade esse debate, ele é muito sério, se viesse a ser aprovada essa Emenda. Por que eu digo que essa Emenda é equivocada? Ver. Cassiá Carpes, a Constituição Federal - agora não vou emitir juízo de valor, e se eu estiver errado, Ver. Luiz Braz, peço que V. Ex.ª me corrija - diz claramente que o ingresso na função pública é através de concurso público de cargos com prova de títulos ou não, alguns concursos exigem que haja só concurso e outros exigem que haja o concurso e provas de títulos. Certo? Depois no inc. IX do art. n.º 37 da Constituição Federal que diz isso, diz que em situações de declarado interesse público é possível fazer contratações na forma da lei. E o Governo Federal expediu um diploma legal. Eu quero trazer a racionalidade do debate, fora as nossas divergências. Expediu aqui um debate para os órgãos federais, e ele ecoa entre um dos itens: que pode contratar temporariamente em face de assistência a situações de calamidade pública, e nesse caso tem que ter decreto. Mas há inúmeras outras situações, Ver. Sebastião Melo, que adentra aqui. Eu estava dizendo, fora as nossas disputas, que V. Ex.ª tem defendido governos que fazem PDV, e nós não, mas tirante isso, sob o ponto de vista meramente da discussão da sua proposta - e eu lhe concedo o aparte se V. Ex.ª divergir - a Constituição Federal estabelece concursos de provas e títulos, coloca no inciso IX que situações excepcionais poderiam advir na forma da lei. O Governo Federal propôs uma lei, a Lei n.º 8.745 - eu tenho aqui -, que coloca os casos de calamidade pública que, nesse caso, exige mesmo o decreto, e coloca uma série de outras situações que não exigem decreto. Nós temos aqui, Ver. Luiz Braz, a Lei n.º 7.770, que elenca as situações em que pode contratar.

O Ver. Cláudio Sebenelo teve este problema no GHC, contratou; ele sabe disso, era a vida das pessoas que estava em jogo. Veja bem, Ver. Cláudio Sebenelo, o primeiro caso aqui é atender casos de emergência, que exigem, sim, Decreto de Calamidade Pública; há uma situação peculiar no Município, uma catástrofe, mas, Ver. Sebastião Melo, depois, a Lei elenca outras situações, como epidemias, realizar recenseamentos. A proposta do Ver Sebastião Melo é que para que haja contratação temporária, que é permitida pela Constituição Federal, Vereador, haja sempre a decretação de calamidade pública. Mas, se para nós fazermos um recenseamento no Município, que é preciso numa situação sazonal, excepcional contratar pessoas, pela sua proposta, Vereador, nós teríamos que decretar calamidade pública, ou não poderíamos contratar.

É nesse sentido, Vereador, não querendo ser o dono da verdade, ao contrário, é que, a partir do momento que V. Ex.ª coloca propostas em debate, como eu, eu tenho que estar sujeito a críticas. V. Ex.ª não pode me retirar o direito de crítica. É nesse sentido. Então, o que eu quero dizer Ver. Sebastião Melo, e por isso a minha crítica, é que se aprovada a proposta de V. Ex.ª, Ver. Sebastião Melo, nós retiraríamos uma série de situações que a atual Lei Municipal permite, que não exija um decreto, Ver. Luiz Braz, e, nesse sentido, nós estaríamos prejudicando a sociedade e o Município. É este o debate que eu trago com tranqüilidade, se a proposta estivesse colocada de uma outra forma poder-se-ia até discutir, mas nesse caso estaríamos prejudicando o Município, porque há situações em que é possível contratar pela lei federal e pela Constituição, e que não há necessidade de decretar estado de calamidade pública, e a proposta do Ver. Sebastião Melo obrigaria. É nesse sentido, sei que o Vereador, quando fez a proposta, tinha uma crítica política às cartas-contrato, nós divergimos. Achamos que contratamos antes de haver o concurso público para a área da saúde, mas diante da crítica política daquele momento especial, é a realidade que verificamos agora. Se nós aprovarmos esta Emenda, estaremos prejudicando o Município, porque há situações que não se enquadram em calamidade pública, e que tanto em nível estadual e federal é possível contratar, e a proposta feita resumiria apenas algumas situações. Vereador-Presidente, se houve contratações fora da saúde, foram poucas. Mas o debate com tranqüilidade e serenidade é este, e chamo a atenção dos colegas, e até do Ver. Sebastião Melo, que não foi o interesse. Mas se aprovarmos, vamos prejudicar o Município, e ninguém aqui quer prejudicar o Município, independentemente de posição ideológica. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não há mais inscritos para a discussão, que continuará na Sessão de amanhã.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Questão de Ordem): Se não há mais inscritos para a discussão geral, está encerrada a 2.ª Sessão de discussão geral. Passaremos para uma 3.ª discussão geral.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Exatamente, foi o que eu disse. Encerrada a discussão no dia de hoje, amanhã retorna a 3.ª Sessão de discussão.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0963/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 033/01, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que altera o § 3º do art. 1º da Lei nº 6.892, de 12 de setembro de 1991, que acrescenta § 3º ao art. 2º da Lei nº 5.456/84, que define pontos de estacionamento para o serviço de transporte de passageiros em veículos de aluguel-táxi e estabelece normas. Com Emenda nº 02.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. José Fortunati: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01 ;

- da CEDECONDH. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observações:

- retirada a Emenda nº 01;

- incluído na Ordem do Dia em 26-02-03;

- adiada a discussão por duas Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Projeto de Lei Legislativo n.º 033/01. O Ver. João Carlos Nedel tem um Requerimento onde está sendo solicitada dispensa do envio das Emendas n.º 02 e 03 para as Comissões. O Plenário decide sobre a dispensa. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em discussão o PLL n.º 033/01. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

A Emenda n.º 01 aposta ao PLL n.º 033/01 foi retirada.

Em votação a Emenda n.º 02 aposta ao PLL n.º 033/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 03 aposta ao PLL n.º 033/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1800/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 102/01, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que dispõe sobre o atendimento médico emergencial e remoção em eventos com aglomeração humana.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Almerindo Filho: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Dr. Goulart: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia em 26-02-03;

- adiada a discussão por duas Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL n.º 102/01. O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLL n.º 102/01.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, na condição de médico, eu queria debater; mais do que debater, enfatizar a importância deste Projeto. Nós, que estamos acostumados a viver em aglomerados humanos, numa sociedade tipicamente urbana, por ocasião dos espetáculos temos visto e participado, inclusive, de eventos como eu participei há um ano, de um amigo meu que, dentro do Estádio Beira-Rio, faleceu sem as devidas condições de assistência médica, que poderíamos ter proporcionado se fôssemos prevenir, Ver. Cassiá Carpes, se tivéssemos o hábito, a cultura, a ideologia da prevenção. Pois é aí que é o grande debate, e que o Projeto do Ver. Cassiá Carpes passa a ter essa importância de alertar a todos que é possível, muitas vezes, o retorno à vida de pessoas que momentaneamente não só perdem a consciência ou têm uma parada cardíaca ou respiratória, em condições artificiais, e com instrumentos e com tecnologia se pode, muitas vezes, não só fazer essa reversão e salvar uma vida, como se fazer um programa em relação a esse tipo de trabalho. E são inúmeros os casos em que nessas condições fica muito mais fácil fazer esse tipo de trabalho e, principalmente, isso representa saúde, isso representa resgate e isso representa oportunidades, inclusive de emprego de equipes de saúde, que passam a ter nos espetáculos públicos, e grande espetáculos inclusive, em que o número de assistentes é muito grande e o acesso é difícil, apesar da disponibilidade de uma equipe. Havendo uma estratégia e havendo uma colocação adequada dessas equipes, muitas vidas preciosas podem ser salvas. E por isso quero relembrar esse episódio do Estádio Beira-Rio, quando imediatamente foram colocadas equipes de trabalho, exatamente em posições estratégicas do Estádio. E na semana seguinte, Ver. Haroldo de Souza, houve um outro evento desagradável, também, em que a pessoa foi salva.

Vejam o que é a chance, a instantaneidade, mas principalmente a organização, o projeto e a prevenção. Por isso nós, que temos muitas dificuldades nessa área de pronto-socorro, nessa questão do socorrismo - ainda hoje, os jornais publicam fotos do Hospital Pronto Socorro superlotado, fechado, porque não atende mais porque está cheio. Pois é aí que nós achamos que deva haver o grande investimento, nas questões privadas, isso não é só do Governo de Porto Alegre, não. A sociedade inteira deve participar, seja na área privada, seja na área do Governo Federal, Estadual e Municipal, seja através das organizações não-governamentais, todas elas. Por que não os voluntários? Por que não uma estratégia global em relação a todos os espetáculos em que concorra um grande número de pessoas na cidade de Porto Alegre? Pois esse é o espírito, este é o Projeto do Ver. Cassiá Carpes. Creio que haverá a aprovação unânime da Casa, creio que deverá ser transformado em lei e ser estritamente, rigorosamente e exigentemente cumprida para que deixemos de lamentar a nossa imprevidência, a nossa imprudência, muitas vezes, num estádio de futebol, num teatro lotado ou em qualquer outro espetáculo público onde a aglomeração não permite a desenvoltura de uma equipe, não permite, muitas vezes, o acesso fácil, apesar da disponibilidade dessas equipes. Por isso, Ver. Cassiá Carpes, não só me congratulo como também peço a todas as bancadas presentes que votem a favor deste Projeto, um Projeto inteligente, competente e extremamente oportuno. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Registro a presença do Coronel Pedro Paulo Nobre, da Diretoria do Clube Militar do Rio de Janeiro, que nos visita, para a nossa satisfação. Saúde e paz, Coronel!

O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir o PLL n.º 102/01.

 

O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Ver. João Antonio Dib, Presidente da nossa Casa, demais Vereadores e Vereadoras, especialmente Ver. Cassiá Carpes, eu não pretendo usar os cinco minutos. Venho aqui para dizer que a Bancada do PC do B apóia este Projeto, considera-o importante, o Projeto parece simples, mas é de relevância para a Cidade. Refiro que este apoiamento também se dá porque há a mesma preocupação em um Projeto que esta Casa já aprovou, que se refere, não foi nesta Legislatura, à necessidade dos shopping centers, grandes centros comerciais, terem um setor de atendimento emergencial aos clientes ou aos funcionários. Por quê? Porque é um grande empreendimento, movimenta milhares e milhares de pessoas durante o dia. Nós sabemos que muitas vezes surgem problemas de saúde que, se não houver o atendimento imediato local, podem ser fatais, o atendimento posterior pode se dar com um certo prazo de tempo - se ocorre um problema de coração, por exemplo, os primeiros socorros têm de ser dados no local. O mesmo raciocínio, a mesma lógica, a mesma intenção, a mesma preocupação com a população nos eventos com número crítico de pessoas, onde há a necessidade de atendimento médico, de remoção mínima. Então, me parece justo, adequado o Projeto do companheiro Ver. Cassiá Carpes, e nós apoiamos por entendê-lo de interesse da Cidade, da população e, evidentemente, esse cuidado não irá afetar nenhum tipo de evento, porque muitas outras precauções são tomadas, como segurança e tudo o mais. Parece-me justo e tem todo o apoio da Bancada do PC do B. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para discutir o PLL n.º 102/01.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, senhoras e senhores, o Projeto realmente é simples, mas, como disse o Ver. Cláudio Sebenelo, que é médico: chega de improviso! Improviso, na questão da saúde, não deve ser aprovado por nós. Justifica-se o Projeto em função da constatação de que muitos promotores de eventos, ainda que cientes dos riscos existentes, têm insistido em entregar ao improviso a segurança e a integridade física do público presente. Até o momento não há, neste Município, um dispositivo legal que discipline tais fatos, sendo que a previsão de auxílio médico e de remoção dar-se-á exclusivamente por mera liberalidade dos próprios organizadores, que, de maneira geral, têm optado por reduzir os seus custos às expensas da segurança e da saúde dos participantes. “Art. 1.º - O evento público ou privado do município que reunir no mesmo ambiente mais de mil pessoas deverá dispor de um plano de atendimento médico e de remoção destinado a atender ocorrências emergenciais de origem clínica ou traumática. Parágrafo único: no plano de atendimento médico e de remoção deverão constar as seguintes  informações:  § 1.º - horário de início e término do evento; § 2.º - público estimado; § 3.º - previsão de atendimento médico no local ou em sistema de sobreaviso, com seus respectivos profissionais nominados; § 4.º - forma de execução. Art. 2.º - O responsável pelo evento público ou privado deverá apresentar com antecedência mínima de 48 horas o plano a que se refere esta Lei ao órgão competente do Executivo Municipal. Art. 3.º - O Executivo Municipal regulamentará esta Lei no prazo de 60 dias a partir da data da sua publicação. Art. 4.º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação”.

Nós temos visto em casas noturnas lotadas um risco enorme, com poucas saídas e onde não há esse atendimento médico, não há uma precaução. Recentemente, nós vimos nos campos de futebol que lá não temos um atendimento emergencial direcionado para aquele público. Às vezes, há mais de vinte, trinta mil pessoas e não temos, ali, uma organização necessária para dar tranqüilidade àqueles assistentes. Geralmente se cuida mais do atleta, do árbitro, porque hoje a segurança está toda voltada para o árbitro, a própria Brigada Militar não tem mais, dentro do campo, a obrigação de cuidar da invasão. Quem cuida disso são os seguranças do clube ou da Federação, que, muitas vezes, não estão em condições para isso. É uma coisa improvisada, e com segurança e educação não se brinca.

Portanto, a partir de agora, com a aprovação, pois tenho a certeza de que V. Ex.as darão o apoio para que possamos regulamentar e dar tranqüilidade e saúde àqueles que estão numa casa noturna, Ver. Reginaldo Pujol, pois lá haverá assistência médica, um postinho com toda estrutura, com toda condição de atender àqueles que estão ali. Em um campo de futebol, a mesma coisa. Isso é para eventos privados e também públicos. Isso dará maior tranqüilidade. Temos de criar coisas que possam facilitar, porque se acontecer, da forma como está – tomara Deus que não aconteça –, alguma tragédia, não teremos sequer, um projeto simples que possa regulamentar. Tenho certeza de que isso dará guarida à Prefeitura e aos seus órgãos competentes para fiscalizar. Será muito mais tranqüilo saber que tem uma lei que diz tal, porque se acontecer alguma tragédia, quem será responsabilizado? Os donos de eventos vão dizer que não há nenhuma lei que regulamenta, que obriga a fazer esse tipo de procedimento.

Portanto, quero o apoio dos senhores para que possamos ter este Projeto aprovado e para que possamos, a Casa, fiscalizar junto com o Executivo - porque, cada vez mais, os eventos públicos e privados estão levando, seja o adolescente, o adulto, seja no esporte, na música -, eventos que possam trazer a intranqüilidade, mas devemos, com esse tipo de Projeto, dar tranqüilidade àquelas pessoas que vão freqüentar esse tipo de espetáculo. Portanto, peço o apoio de V. Ex.as. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir o PLL n.º 102/01.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. Ver. Cassiá Carpes, nós já havíamos manifestado ao Vereador a nossa intenção particular, e depois, na seqüência, a intenção da Bancada do Partido dos Trabalhadores, de acompanhar no voto a iniciativa de V. Ex.ª, por entender que, na realidade, atende e acaba dialogando com um buraco na legislação e também na forma de prestar a atenção na área de saúde a esse tipo de evento.

Há algumas questões que nos preocupam e que gostaríamos de poder dialogar, de conversar melhor com o Vereador para podermos, quem sabe, por intermédio de Emenda do próprio Vereador, melhorar a propositura. Há algumas questões que precisam ser mais bem equacionadas. A primeira, por exemplo, um plano desses, que vai, na realidade, dialogar com uma situação de atendimento, por exemplo, num show de cantores num estádio, reunindo – como V. Ex.ª disse – trinta, quarenta mil pessoas, o plano de emergência para atender esse pessoal é feito com uma antecedência muito grande, com previsão do que é necessário.

A apresentação do plano estratégico de emergência para o Poder Público local não pode ser feito, como está na propositura, com 48 horas de prazo. Teria que haver um prazo maior para que o próprio Executivo Municipal, no que cabe ao Município, oriente e responda a questões que couberem ao Município. Essa seria uma das questões.

Outra questão - ela entra, no fundo, no mérito do Projeto do Vereador – é que nós estamos tratando de regular uma matéria que incide sobre o privado e sobre o público. Sobre o público, por exemplo, a própria Prefeitura já tem hoje um plano para o carnaval, para o Baile Municipal. Para os grandes eventos públicos que a Prefeitura e os órgãos públicos do Município produzem na Cidade já há um a plano que é executado. Nós estaríamos tratando de regular, de colocar na Lei a existência desse plano e do plano na área do privado. Na área do privado - a Lei não especifica, e quem sabe fosse necessário especificar -, a quem caberia arcar com os custos de uma propositura dessas. Quando, por exemplo, uma entidade particular realizar um show privado, que os custos de um plano de emergência dessa natureza - ambulâncias, contratação de médicos -, fossem pagos pela empresa que estiver realizando o show, já que é um evento privado e que irá render lucros para quem está produzindo. Da mesma forma um show público, uma atividade organizada pelos órgãos de municipalidade. Essa é outra questão que poderíamos dialogar e resolver. Atendendo essas questões, a nossa Bancada estará votando junto com o Ver. Cassiá Carpes, porque entendemos que, quanto ao mérito do Projeto, no sentido de poder dar um maior grau de fiscalização e de resposta ao próprio cidadão que vai a esses eventos, a legislação apresentada pelo Vereador está atendendo. É essa a nossa manifestação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para discutir o PLL n.º 102/01.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós achamos que o Projeto do Ver. Cassiá Carpes, que dispõe sobre o atendimento médico emergencial e remoção em eventos com aglomeração humana, é um Projeto interessante. Gostaria da atenção, inclusive, do Ver. Cassiá Carpes. Agora, tenho alguns questionamentos, Ver. Cassiá Carpes. Vejo com enorme simpatia este Projeto e acho que é uma preocupação de quem conhece eventos com grande aglomeração humana, de quem tem a sensibilidade de compreender a dinâmica dessa realidade. É o caso de V. Ex.ª, é o caso do Ver. Haroldo de Souza, que têm uma presença muito marcante em eventos esportivos também. Mas, a aglomeração não só acontece em eventos esportivos, mas em shows artísticos, em casas de espetáculos, muitas vezes, fechadas, com maior dificuldade de saída e de remoção de uma pessoa num caso de dificuldade.

Dei Parecer favorável, do ponto de vista legal, quando o Projeto passou pela Comissão de Justiça. Agora, eu tenho duas questões - eu não quero entrar muito na especificidade do Projeto, mas dentro da linha de raciocínio do próprio Ver. Renato Guimarães -: uma delas envolve a questão sobre quem vai arcar com o ônus desse atendimento médico. Ele é um atendimento médico emergencial. V. Ex.ª coloca que, onde houver uma aglomeração humana, deve haver um plano de atendimento médico. Este é o espírito da lei de V. Ex.ª: tem que haver um plano de atendimento médico em função de uma aglomeração humana. Mil pessoas, veja V. Ex.ª, - daí, eu discuto com V. Ex.ª a definição do próprio número, do quantitativo. Não é muito difícil uma aglomeração de mil pessoas, que pode ocorrer num show musical, por exemplo, no Araújo Viana, que é um espaço maior, que tem acomodação para tanto. Até invoco a experiência da Ver.ª Margarete Moraes que, até há poucos dias, exerceu, o que fez por muitos anos, a Secretaria Municipal de Cultura. A pergunta que eu deixo, para a reflexão de V. Ex.ª, é sobre o número que o Ver. Cassiá Carpes coloca para ter a presença de um atendimento médico para locais com mais de mil pessoas. Quantos locais culturais nós temos com mais de mil pessoas? É um questionamento. Informa-me o Ver. Raul Carrion que há dois locais; então, é um número razoável. Casas de cinema, por exemplo, estão na faixa dos duzentos, trezentos lugares. Eventos esportivos, qualquer um comporta mais de cinco mil, não é Ver. Haroldo de Souza? Dez mil lugares, com absoluta facilidade, não é isso, Vereador?

A minha primeira questão é a seguinte: será que mil é um número adequado? É uma dúvida que V. Ex.ª me poderia esclarecer. Por exemplo, a Reitoria, que é uma bela casa de espetáculo, informa-me a Ver.ª Margarete Moraes, que tem um mil e oitocentos lugares, então, ali seria um local. Muito bem, aquele espaço cultural é largamente usado. Acredito que o Anfiteatro da PUC, deve ter mais de mil lugares. Agora o apelo à experiência de Vereadores ligados a religião, a templos religiosos. Por exemplo, a Igreja Universal, próxima à Rodoviária, eu acredito que, tranqüilamente, é um espaço de mais de mil pessoas.

Eu até quero colaborar: eu tenho uma emenda, mas queria submetê-la inclusive ao autor do Projeto, para se avaliar de quem será o ônus do atendimento médico, previsto no art. 1.º do Projeto de Lei do Vereador. Seria de responsabilidade do promotor do evento? A Lei não diz, e ela deve dizer, porque, se não disser, Ver. Cassiá Carpes, ela corre o risco de ser tornar uma lei inócua. Esse é um receio que eu tenho. Eu tenho receio de que seja mais uma lei a não ser aplicada, porque a regulamentação não vai poder definir, pois a regulamentação, que é feita por decreto, não pode ir além da Lei.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Ervino Besson inscreve-se e cede o seu tempo a V. Ex.ª.

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu não tenho certeza de, se por força de lei estadual ou federal, mas todos os espetáculos públicos – eu conheço, inclusive, os jogos de futebol do Campeonato Brasileiro – têm uma regulamentação. O custo do plantão dessas equipes está incluído no borderô, e são espetáculos que têm dez, doze, quinze, vinte mil pessoas.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Estão ficando fracos aqui no Rio Grande, já foram melhores.

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: Mas mesmo assim, o que se faz depois de um jogo? A arrecadação e a lista de custos e de gastos que se tem em prestações de serviços. Faz-se a dedução daí.

Eu acho que o Projeto é perfeito sob esse ponto de vista.

 

O SR. ISAAC AINHORN: De qual, Vereador?

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: Os gastos de encargo e da promoção são dos promotores do espetáculo e não...

 

O SR. ISAAC AINHORN: Mas onde está escrito isso, Vereador?

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: Eu acho que pode ser feito, incluído, emendado, agora, a idéia, o cerne do Projeto é perfeito.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Foi exatamente na linha de reflexão do Ver. Renato Guimarães, eu o acompanhei. Eu já havia pensado nisso e trocava idéia com o Ver. João Antonio Dib no sentido de que o Projeto não mencionava nada quanto a quem arcaria com o ônus desse serviço médico emergencial para eventos públicos ou privados com mais de mil pessoas.

 

O Sr. Cassiá Carpes: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) O Projeto suscitou, realmente, esta questão. Inclusive falei com o Ver. Renato, com Lideranças do PT no sentido de adiarmos a discussão até amanhã, até porque o Ver. Renato Guimarães tocou em uma questão, de que o carnaval é público. Não, o carnaval é privado, ele é das entidades carnavalescas. Veja que isto dá uma discussão: se o carnaval é público ou privado. Ele é organizado pela Prefeitura, mas coordenado, totalmente, pela Associação de Entidades Carnavalescas.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Aí vão discutir quem vai pagar a despesa.

 

O Sr. Cassiá Carpes: Exatamente. Então, para facilitar a evolução deste Projeto, eu vou pedir o adiamento da discussão até amanhã para que V. Ex.as possam acrescentar alguma Emenda.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Por duas Sessões, Vereador, porque o Projeto é bom, é importante e é uma realidade do cotidiano. Vou dar um exemplo aqui de uma casa muito freqüentada pela bancada petista, o Opinião.

 

O Sr. Cassiá Carpes: Que é uma casa de risco...

 

O SR. ISAAC AINHORN: É uma casa muito freqüentada, é uma boa casa de espetáculos. O Ver. Marcelo Danéris deve saber quantas pessoas...

 

O Sr. Cassiá Carpes: Vereador, quero agradecer e dizer que eu peço o adiamento da discussão por duas Sessões para que possamos colocar Emendas das Lideranças e demais Vereadores. Muito obrigado.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Eu acolho o aparte do Ver. Cassiá Carpes e acredito até na questão da conceituação de evento público ou privado. Um evento religioso é um evento privado de um grupo de pessoas praticantes de uma determinada... Daqui a pouco, em uma missa bem concorrida, certamente organizada pelo grupo católico do Ver. Carlos Alberto Garcia, acorreriam mais de mil pessoas. Já enfrentaríamos o problema. Vamos ter de falar com o pároco. Veja como é delicado, Vereador. Daqui a pouco, o Frei Irineu vem aqui, e mais outro padre, dizendo que as missas deles têm mais de mil pessoas, e os Vereadores criaram um plantão médico para atendimento nas missas. Vejam como a questão, Ver. Elias Vidal, ganha uma certa complexidade para a sensibilidade, porque há igrejas que colocam mil pessoas num ato religioso. Nós temos de pensar até naquela redefinição do próprio número, se é um número adequado ou não, mas a idéia é excelente e tem importância, porque, muitas vezes, acontecem problemas exatamente dessa órbita da saúde, em eventos públicos, privados, culturais, sociais ou religiosos, e não há ninguém para fazer um atendimento de urgência. Essa é a realidade concreta que V. Ex.ª quer atacar e melhorar a qualidade de vida e a qualidade desses eventos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Requerimento do Ver. Cassiá Carpes, solicitando o adiamento da discussão do PLL n.º 102/01 por duas Sessões.

Há a inscrição ainda do Ver. Reginaldo Pujol e do Ver. Luiz Braz, que estão mantidas para daqui a duas Sessões.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Cassiá Carpes que solicita o adiamento da discussão deste Projeto por duas Sessões. Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1821/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 108/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que determina que o Executivo Municipal realize censo habitacional.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;

- da  CUTHAB. Relator Ver. Valdir Caetano: pela aprovação do Projeto;

- da  CEDECONDH. Relator Ver. Cassiá Carpes: pela aprovação do Projeto;

- da  COSMAM. Relator Ver. Ervino Besson: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 05-3-03.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão geral e votação o PLL n.º 108/01. (Pausa.) Ninguém deseja discuti-lo? (Pausa.) Em votação nominal solicitada pelo Ver. Marcelo Danéris.

 

(Solicitação fora do microfone, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn.)

 

Ver. Isaac Ainhorn, nós estamos votando o Projeto de Lei de autoria do Ver. Sebastião Melo, PLL n.º 108.

Eu vou dar um minuto e meio para que possam ser colhidos todos os votos.

No Plenário, há alguém que deixou de votar?

Não há mais condições de votar.

Oito votos SIM; 9 votos NÃO...

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu estou tentando - e V. Ex.ª não se apercebeu - dizer que eu não consegui votar, Sr. Presidente. Eu quero votar, estou aqui desde o momento......não está funcionando direito aqui...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Bom. Temos 09 votos SIM e 10 votos NÃO.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu quero votar “Sim”.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Mas não votou?

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu não votei. Não consegui votar.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Ele falou antes de encerrar a votação. Eu declaro encerrada a votação e pergunto aos Vereadores se algum deseja trocar de voto, e se há algum que não tenha conseguido votar?

Está encerrada a votação, Vereador. Eu só posso fazer isso depois de encerrar a votação...

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): A Questão de Ordem que eu faço não é para criar dificuldades é apenas para a gente evitar qualquer processo de nulidade, Ver. Pujol, que eu não quero lhe tirar o direito de voto, de forma alguma. Eu tenho uma proposta a V. Ex.ª para evitar uma outra Questão de Ordem, que é de que a gente fizesse novamente esta votação, e vou dizer por quê. O Presidente sabe, e não vou querer dizer aqui, o Presidente sabe muito mais do que eu que o Regimento diz que é um minuto, e V. Ex.ª declarou que era um minuto e meio para a votação...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Exato.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): ...Isso é anti-regimental, mas a gente deixou isso passar e não quisemos trazer dificuldades. Terminado um minuto e meio havia uma diferença de dois ou três votos e foi possível efetuar-se votações que entraram depois de um minuto e meio, então, quem sabe, para que a gente pudesse compor todos esses desentendimentos, Ver. Pujol, e para que todos os Vereadores pudessem novamente ter o direito a voto, houve problemas no encaminhamento, a minha proposta em Questão de Ordem é de tornar-se nulo este processo e reiniciar-se ele. Porque, quando o Vereador falou um minuto e meio, havia dois ou três votos de diferença, e o Vereador-Presidente nem poderia falar um minuto e meio, porque o Regimento diz que é um minuto. É uma proposta em Questão de Ordem para não levantar nulidade, Presidente, estou tentando colaborar com a Mesa para o bom andamento dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vereador, eu encerrei a votação há um minuto e 33 segundos, e o Ver. Pujol estava falando que não conseguia votar.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Presidente, quero dar o meu depoimento pessoal, se vale para V. Ex.ª, havia uma diferença de 2 ou 3 votos, entraram outros votos depois de um minuto e meio do Ver. Pujol. Por isso, a idéia é compor, não é de evitar a votação do Ver. Pujol, mas para que o processo pudesse ser reiniciado sem nulidades. É para colaborar.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Sou grato pela colaboração.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Questão de Ordem): Para corroborar a posição do Ver. Juarez Pinheiro, nós ficaríamos ainda mais prejudicados, porque, há um minuto e meio, dois Vereadores nossos não conseguiram votar: o Ver. Zé Valdir e o Ver. Aldacir Oliboni, que estão no Plenário. Se colheram o voto do Ver. Reginaldo Pujol depois de um minuto e meio, tem de colher o deles também. Se não, temos de anular esta votação, porque ela não estaria correta.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vereador, esta Presidência é atenta. A Ver.ª Maristela Maffei votou depois de um minuto e 33 segundos, e eu a alertava que não dava para votar, mas aceitei o voto, na dúvida, aceitei. Estou atento, o Ver. Pujol não conseguia votar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, com a utilização do painel eletrônico, a votação se encerra quando o painel eletrônico não mais registra o voto. Como o meu voto não estava sendo registrado, eu busquei o protesto. Felizmente, nesse meio tempo, houve o registro no painel, parece que o painel registra de 3 em 3 nomes.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu vi V. Ex.ª pedindo para votar, só não entendi, por isso pedi que falasse no microfone.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, o meu voto foi anterior a sua fala, votei e V. Ex.ª falou. Acho que V. Ex.ª não estava tão atento assim, eu estava, me desculpe, com todo o respeito que tenho por V. Ex.ª.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): V. Ex.ª votou com um minuto e 33 segundos, e eu havia dado um minuto e 30 segundos, mas, quando olhei, tinha um minuto e 33 segundos, e permiti o seu voto.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Questão de Ordem): Efetivamente, nos atrapalhamos na hora da votação. Concordo plenamente com a proposta do Ver. Juarez Pinheiro, que seja feita nova votação.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não posso fazer nova votação, porque não foi feita votação nominal, só se amanhã for solicitada renovação de votação.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o nosso objetivo aqui não é criar dificuldades à Mesa, de forma alguma, e V. Ex.ª já entendeu, mas evitar que precedentes possam trazer prejuízos a votações futuras. A Questão de Ordem que faço é que V. Ex.ª contrariou o Regimento a partir do momento em que deu o tempo de um minuto e meio, de acordo com o Regimento o tempo é de um minuto. Nesse sentido é a minha Questão de Ordem. Nós não queremos inviabilizar votações, inclusive a do Ver. Pujol.

A nossa proposta, considerando que houve um pequeno equívoco da Presidência, porque deu um minuto e meio quando o Regimento diz um minuto, é a de que se renove. Os fundamentos jurídicos na Questão de Ordem são de que existe no Regimento o tempo que é de um minuto e V. Ex.ª colocou um minuto e meio. Não é que todos os Vereadores já tenham votado, não, é o tempo do Regimento. Nós não queremos tolher o voto do Ver. Pujol, por isso a proposta de que, para evitarmos confusão, se anule, em face de essa questão de um minuto e meio, e se faça uma nova votação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu não tenho como anular a votação. Não tenho por que anular a votação. Não tem. A verificação de votação que está sendo sugerida, eu só poderia fazê-la se tivesse sido feita uma votação simbólica e daí seria pedida a votação nominal.

A única solução é que amanhã seja solicitado renovação de votação, o que é perfeitamente cabível. Até agora tem 10 contra 10. Não sei se está registrado o voto do Ver. Reginaldo Pujol.

O resultado é 10 a 10.

Eu devo dizer que a votação é uma coisa muito séria. Os Vereadores devem estar no Plenário. A Mesa não têm condições de acompanhar todos os lados. Eu acompanhei o Ver. Pujol, porque ele falava de lá e eu dei o microfone para ele.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Eu sugiro à Mesa a suspensão dos trabalhos por 2 minutos para reunirmos as Lideranças para chegarmos a um acordo.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Muito bem, a Mesa aceita a sugestão.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 18h05min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib - 18h08min): Estão reabertos os trabalhos.

Srs. Vereadores, a Presidência chega no momento do voto de Minerva, e a Presidência, como é assessorada, fará o seu voto na forma da Procuradoria da Casa. A Procuradoria da Casa diz: (Lê.) “A Proposição, ao determinar realização de censo e levantamento de todas as habitações em regiões de risco, cria despesa com pessoal e material. Segundo o princípio e separação de poder, a proposição tem vício de iniciativa.” Eu voto “Não”.

Encerrada a votação, 10 votos SIM e 11 votos NÃO; eu votei Não ao PLL n.º 108/01. REJEITADO o PLL n.º 108/01.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Presidente, uma Questão de Ordem, eu solicitaria que a Mesa Diretora avaliasse se esse tempo de um minuto do Regimento é suficiente ou não. Mas, em Questão de Ordem, eu pediria que, se tivermos de mudar, vamos mudar, colocar dois minutos. Mas que a partir daí a gente respeite, para evitar esses problemas. Houve boa-fé de todas as pessoas nesse processo, e nossa colaboração, nossa Questão de Ordem anterior foi no sentido de compor. Nesse sentido, seria bom que a Mesa reavaliasse esse um minuto e depois de dado esse tempo, isso fosse respeitado, Presidente. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver. Juarez Pinheiro, a Mesa recebe a ponderação de V. Ex.ª, que é inteligente, será levada a consideração, porque acho que um minuto não dá para fazer votação. Mas eu também devo dizer que o Plenário se enganou quando propôs que se votasse, imaginou que não haveria quórum e terminou havendo. E a Mesa não pode ter culpa.

No entanto, amanhã pode ser pedida renovação de votação.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2945/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 194/01, de autoria dos Vereadores Beto Moesch e José Fortunati, que institui distância mínima nas pavimentações dos logradouros do Município de Porto Alegre. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da  CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da  COSMAM. Relator Ver. Pedro Américo Leal: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 05-3-03.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL n.º 194/01, de autoria do Ver. Beto Moesch e Ver. José Fortunati. (Pausa.)

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): (Após a verificação de quórum.) Não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h13min.)

 

* * * * *